Padre António Sousa partiu aos 86 anos
O padre António Sousa, que faleceu na passada quarta-feira (31), aos 86 anos, era o capelão da Confraria da Rainha Santa Isabel e foi, durante mais de três décadas, o director da Cáritas de Coimbra.
Nascido a 29 de maio de 1937, fez 86 anos na passada segunda-feira (29) e faleceu no dia 31 de maio, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, conforme informa a Confraria da Rainha Santa.
“A cidade de Coimbra perdeu um ser humano e um amigo verdadeiramente inspirado e inspirador e que deixa uma extensa obra para nos fazer lembrar da sua importância. Que a Rainha Santa o receba nos seus braços e o acompanhe na chegada ao Céu”, refere a Confraria na nota em que expressa “profundo pesar”.
O funeral foi realizado ontem (1), com missa na Igreja da Rainha Santa Isabel, presidida pelo bispo de Coimbra, Virgílio Nascimento Antunes, e seguiu, posteriormente, para o Paião, Figueira da Foz, sua terra natal.
De 1967 a 2005, o padre António Sousa foi grande impulsionador da Cáritas Diocesana de Coimbra, primeiro como seu assistente eclesiástico e depois como presidente da direção.
Segundo a Cáritas de Coimbra, a ele se deve a multiplicação de campos de intervenção social desta instituição, a animação pastoral das comunidades, a promoção comunitária, alfabetização, saúde, ação social com crianças, jovens, idosos, mulheres em risco, migrações, etnias, entres outras áreas.
Padre António Sousa fez da Cáritas de Coimbra a maior obra social da região
António Barreiros
“Curvo-me, perante tão gentil e humana alma, o Padre (Pe.) António Sousa. O grande impulsionador da “moderna” Cáritas Diocesana de Coimbra. Como devem saber, esta é a maior obra social e fraterna da igreja católica, na Península Ibérica, empregando qualquer coisa como mais de 1.300 colaboradores. O Pe. António Sousa deu à Cáritas de Coimbra, por alturas de 1970/72, um renovado andamento e soube arejá-la funcionalmente, criando nas suas hostes os animadores sociais e, também, outras valências. Mais tarde, fundou o Centro da Cáritas no Alto de S. João, em Coimbra, onde se inscreve uma outra obra social de grande dimensão, assim como dependências na Rua Direita para ajuda a prostitutas e, ainda, a pessoas carenciadas, a que somou, tempos mais tarde, oficinas de algumas profissões, lavandaria e centro de convívio. Na cidade, no Tovim de Baixo, abriu “O Farol”, para os sem abrigo. Pela diocese espalhou vários departamentos da Cáritas que têm sido uma verdadeira bengala de proteção a todo o tipo de deserdados, nomeadamente pessoas em risco, famílias com problemas e cidadãos desamparados com os mais variados problemas de integração e não só. O Pe. António Sousa foi um precursor, com uma Cáritas mais atenta aos problemas dos homens e das comunidades, de uma nova visão social para a diocese de Coimbra. Conheci-o bem, porquanto, em 1979, com uma dinâmica de futuro, acolheu-me, durante oito anos, no estúdio que a Cáritas disponha num edifício do Seminário Maior de Coimbra, onde o jornalista João Bizarro, da TVI, era técnico de som, como jornalista-correspondente da Rádio Renascença, dotando essa emissora católica, na região, com os meios para a realização de informação e de participação em programas, como “Sequência da Tarde” (emitido dos Estúdios do Porto), “Despertar” (de A. Sala e Olga Cardoso) e outros. Nesta hora da sua partida quero deixar-lhe a minha sentida homenagem pelo que soube, com muita dignidade e humildade, concretizar a favor do seu próximo mais débil. Que o nosso Alto, na casa da Eternidade, receba a sua alma de Padre cumpridor da Mensagem de Cristo, de Homem bondoso e de Cidadão exemplar. Paz à sua alma. À Diocese e à Família do Pe. António Sousa apresento as minhas sentidas condolências. Saudação solidária”.