Pouco passava das dez da manhã. No calendário afigurava-se o fim do mês de agosto. A partir do varandim da aprazível biblioteca da Praia da Tocha, suspendemos as leituras que ali nos levara, ao darmos conta de um movimento rodoviário que se fazia sentir ao longo da avenida. Contámos. Eram sete, sete carrinhas identificadas, pertenças da APPACDM de Coimbra que ali estacionaram em frente, transportando à volta de cem utentes que iriam participar nos campos de férias, disseram-nos. Abeirámo-nos e fizemos por nos cruzar e presenciar todo aquele movimento, tudo quanto ali acontecia e como. E emocionámo-nos e bem dissemos a hora em que ali estávamos.
É de louvar e de apreço o que vimos e constatámos: um visível profissionalismo de quantos ali estavam a trabalhar com os ditos utentes, mas um profissionalismo tão cheio de ternura, de afeto e de entrega que nos encheu a alma. Depois, a interligação de todos para levar o barco a bom porto, nem sempre fácil, onde até os motoristas tinham um papel de cooperação e interajuda, ao cabo e ao resto um trabalho de todos os dias, quando, com outros funcionários, se começa logo de manhã cedo na recolha e depois ao fim da tarde no regresso às suas casas. Todos sabemos que assim é que devia ser, mas infelizmente não é o que acontece. E, a prová-lo, as notícias que sempre correm a respeito dos maus tratos infligidos aos idosos, às crianças e aos deficientes. Temos a certeza que outras situações iguais àquelas que então presenciámos acontecem pelo nosso Portugal fora, mormente nas outras delegações da APPACDM que por ele se encontram espalhadas. Porém, que nos seja permitido manifestar o nosso apreço e o nosso bem haja àqueles a quem nos referimos, que pela sua conduta e humanidade nos fizeram parar, possibilitando que viéssemos a escrever este que é o nosso eleito postal de férias.