A escoliose é uma doença que tem grande impacto na autoestima das crianças e jovens, uma vez que provoca uma deformidade visível em forma de ‘S’ na coluna, por vezes associada a uma verdadeira bossa do tórax (“corcunda”).
O Dia Internacional de Sensibilização da Escoliose comemorou-se no sábado, alertando para os sinais e reflexos que esta doença tem no dia a dia de quem dela padece. Trata-se de uma doença que pode ter várias causas mas, de acordo com os dados divulgados, em 70 a 80 por cento das situações não tem causa conhecida, sendo designada como escoliose “idiopática”.
A doença é mais comum a partir dos 10 anos, uma idade crítica do crescimento das crianças (perto do início da adolescência), e é mais frequente no sexo feminino. Em cada 10 casos de escoliose “idiopática” na adolescência, oito afetam raparigas.
“Há sinais a que pais e educadores devem estar atentos para procurar um médico e chegar a um diagnóstico”, afirma João Lameiras Campagnolo, ortopedista e coordenador da campanha “Josephine explica a escoliose”.
“Se existir uma diferença de altura entre os ombros, se a cintura se apresentar descaída de um dos lados, ou se for identificada uma proeminência da caixa torácica quando a criança dobra/flete o tronco para diante, o próximo passo é procurar o médico”, alerta.
Contrariamente a uma ideia que é comum, esta doença não provoca geralmente dor. Pode afetar dois a três por cento das crianças e jovens, mas são menos de um por cento os casos que necessitam de tratamento. As opções de tratamento podem incluir o uso de colete de correção, em casos menos graves, ou cirurgia à coluna, nos mais graves.
“Atualmente, graças ao avanço tecnológico, as cirurgias são procedimentos com elevada segurança e eficácia”, refere o especialista, acrescentando que “conseguir um diagnóstico precoce vai contribuir para que haja um acompanhamento e tratamento adequado”.