A magia e a ilusão vão regressar a Coimbra na próxima semana. De terça a domingo (15 a 20 de setembro), mais de 80 espetáculos integram o programa dos Encontros Mágicos, evento que, apesar das contingências impostas pela Covid-19, pretende dar um sinal de esperança à cidade.
Apresentado hoje, o festival conta com 14 mágicos, oriundos de seis países, que vão participar em 82 espetáculos de magia de rua e também nas duas grandes galas, que terão como palco o grande auditório do Convento São Francisco.
Apesar de surgir num modelo diferente, fruto da pandemia, a Câmara Municipal de Coimbra, promotora do evento, e a Luís de Matos Produções, responsável pela produção, consideram que este é um festival que é uma “bandeira” para a cidade, um evento “muito acarinhado” e muito ansiado.
Apesar do atual contexto de pandemia, que obriga a cuidados redobrados, o mágico Luís de Matos assegura um programa de grande qualidade nesta 25.ª edição. “As pessoas podem esperar um festival que vai ser um hino de reinvenção que a todos é pedida, que vai decorrer em absoluta segurança, que se reinventa na criatividade e que, acima de tudo, quer ser inspirador de uma consciência social, cívica e de uma união que põe fim e tenta deixar no passado o distanciamento social mantendo, naturalmente, o distanciamento físico”, explicou.
Apesar de assumir que será um “festival diferente”, Luís de Matos garante que será “igualmente interessante e memorável”, um evento que “as pessoas não devem perder”.
Os espetáculos não vão propriamente surpreender as pessoas na rua nesta edição. Vão decorrer em seis espaços específicos, diferentes dos habituais – Praça 8 de Maio, Sala da Cidade, Claustro do Museu Machado de Castro, Jardins de São Bernardo, Jardins Mosteiro de Santa Clara a Velha, Praça das Bandeiras e Convento São Francisco (Jardins do Restaurante e na Antiga Igreja).
O público não vai deparar-se com a magia na rua e parar para assistir. Apesar dos espetáculos continuarem a ser gratuitos, estão sujeitos à reserva de bilhete, na ticket line, que pode ser efetuada já a partir de hoje. Luís de Matos pede, contudo, “parcimónia” e responsabilidade cívica na hora das reservas, de forma a não reservarem bilhetes que não vão depois utilizar, podendo contribuir para lotar a capacidade dos espaços e impedir outras pessoas de também assistirem aos espetáculos.
Realça que o “programa e os locais foram adaptados por forma a cumprir todas as regras de segurança determinadas pela Direção Geral e Saúde (DGS)” mas, para além dessas, a própria organização avança com outras, como colocação de alcatifas redondas que podem ser ocupadas por um espetador ou por agregado familiar e oferta de um porta-mascáras, que contém uma máscara descartável.
Grandes galas no Convento São Francisco
As grandes galas internacionais vão realizar-se novamente no Convento São Francisco, nos dias 18 e 19 de setembro, sendo a lotação reduzida de forma a assegurar o distanciamento social determinado pela DGS. Como estas galas são muito concorridas, Luís de Matos admite a possibilidade de realizar “sessões extra”, caso se justifique, sendo essa avaliação feita em “meados da próxima semana”.
O programa deixa de fora as habituais sessões de magia nos hospitais e no Estabelecimento Prisional mas mantém a Escola de Magia, que permite que dezenas de crianças e jovens possam ter um primeiro contacto com a magia. No total, vão realizar-se seis sessões, desta vez no Convento São Francisco.
A vereadora da Cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes, sublinhou a projeção que este evento já conquistou. A sua realização neste ano tão imprevisível representa mais um “sinal de esperança” que a autarquia dá tanto aos promotores de cultura como à população.
“O setor da cultura tem sido um dos mais afetados desde o início da pandemia e é importante que todos, incluindo os municípios, façam o que está ao seu alcance, dentro dos limites legais, para apoiar a retoma das atividades culturais, a produção de cultura, os artistas e os produtores culturais”, sublinhou, recordando que “Coimbra tem sido pioneira nesta retoma das atividades culturais, primeiro ao ar livre, depois em sala”.
Considera que “a realização dos Encontros Mágicos, mesmo em tempos de pandemia, é um sinal de que é possível fazer cultura com rigor, em segurança, no cumprimento escrupuloso das orientações das autoridades de saúde”. Frisa que “a segurança de todos está em primeiro lugar” e que a organização é “suficientemente criativa e flexível para reagir se for preciso e para alterar o que for necessário”. Deixa uma “mensagem de segurança e de esperança” e convida as pessoas a irem assistir aos espetáculos e a deixarem-se surpreender pela magia.
Luís de Matos fez um apelo idêntico, prometendo um festival de grande qualidade. “Queremos muito que as pessoas nesse momento se despreocupem com a segurança”, já que esse será um papel da organização, cabendo ao público desfrutar da magia e da ilusão do momento.
Andrély, Ben Woodward, Cliff, Gazzo, Hector Mancha, Javier Benitez, Julio Rapado, Luís de Matos, Mad-Martin, Paulino Gil, Peter Wardell, Rafael, Rafael Titonelly e Yunke são os mágicos que participam nesta edição dos Encontros Mágicos. Todo o programa está disponível no site www.encontrosmagicos.pt.