Ficámos a saber o que já se sabia, mas não estava a ser afirmado por membros do atual governo, em relação à penúria em que foi deixada a FERROVIA EM PORTUGAL. “A EUROPA É FERROVIÁRIA E PORTUGAL NÃO O É” – cito ou apresento, o mais aproximadamente possível, o que escutei da boca do Secretário de Estado das Infraestruturas, Doutor GUILHERME W. OLIVEIRA MARTINS, na passada segunda-feira no PROGRAMA PRÓS E CONTRAS na RTP 1. Este é um belíssimo programa de Fátima Campos Ferreira que tem prestado um SERVIÇO PÚBLICO DE EXCELÊNCIA na abordagem de diversos temas da atualidade.
***
Este programa a que faço referência subordinou-se, desta vez, a um título que nos encaminharia para assistirmos a um debate acerca da FERROVIA EM PORTUGAL, mas até teve um representante da ATRAN (?) a reclamar comboios de autocarros (???!) empresários exportadores do Alentejo, um reclamante da linha férrea entre AVEIRO E MANGUALDE (?) e transformou-se numa emissão quase regional defensora da inequívoca importância do Porto de SINES debatendo, a espaços, infraestruturas em falta no Alentejo… com direito a sabermos como se produzem as uvas sem grainha. Foi uma espécie de maratona, modalidade desportiva praticada, ao que sei, pelo Secretário de Estado presente. Não sei se alguma vez a Fátima Ferreira teve algum ateliê com o jornalista Edouard Guibert que ensinou alguns dos profissionais indígenas e gostava de uma espécie de PISCADELA DE OLHO ao espetador com um tema encaixado e que abanasse uma eventual monocórdia do debate ou jornal televisivo ou radiofónico. O encaixe das uvas teve indícios guibertianos… Enfim: o programa destematizou-se e descarrilou um pouco em relação às boas prestações que a Fátima e a sua equipa cinco estrelas e a RTP nos habituaram nestes PRÓS E CONTRAS. Habituámo-nos ao bom ou quase excelente e basta uns furitos abaixo e logo nos queixamos: continuo, no entanto, a tirar o meu chapéu a esta série de programas que irá hibernar com muita pena minha e de milhares ou milhões de espetadores. A RTP apesar de ser picada muitas vezes de forma quase abusiva pelos privados produz, com alguma regularidade, SEGMENTOS A APLAUDIR DE EFETIVO SERVIÇO PÚBLICO – um assunto que posso deixar ficar para outra ocasião.
***
De facto PORTUGAL tem cometido erros imperdoáveis em relação à sua FERROVIA a que aqui neste jornal semanário O DESPERTAR temos feito alusão quase como prédica e ritual semanal. Temos o desprestigiante título de sermos a segunda ou terceira pior ferrovia do Continente Europeu. Talvez o maior erro (um bluff) que não é ESMIUÇADO como devia ser na Ferrovia Portuguesa foi a promessa de um METRO SOBRE CARRIS na LINHA/RAMAL FERROVIÁRIO DA LOUSÃ onde levantaram os carris e tiraram os comboios num ápice porque, quase de certeza ou provavelmente, se assim quiserem que escreva, já não tinham nem automotoras nem máquinas nem composições para o Ramal o que continua a faltar nesta e noutras linhas e ramais: e só agora está a ser dito ÀS CLARAS e só peca por tardio apesar do que aqui se escreve como alerta, há muito tempo, neste jornal. Infelizmente coube às populações de CEIRA, MIRANDA DO CORVO, LOUSÃ E SERPINS serem as mais afetadas e o que lhes prometeram é agora transformado no anúncio pomposo de uma espécie de METRO AUTOCARRO (Metro Bus) que só devia ser implementado na área urbana de Coimbra embora o que COIMBRA MERECIA ERA DE FACTO E INDISCUTIVELMENTE (na zona urbana Olivais/ Celas/ Baixa/ Estação Velha) UM METRO SOBRE CARRIS como há em Lisboa e no Porto estes cada vez com mais linhas e mais estações; e daqui só não tiraram o que talvez tivesse sido preferível ter acabado logo no que foi o início do desastre: a administração dum suposto METRO MONDEGO SOBRE CARRIS QUE DESCARRILOU. É evidente que Coimbra, Ceira, Lousã, Serpins e Miranda têm falado em várias direções e nunca se escutou uma reclamação a UMA SÓ E INEQUÍVOCA VOZ do que era pretendido: no meu entender o que deve ser exigido é a REPOSIÇÃO IMEDIATA DO COMBOIO NO RAMAL DA LOUSÃ para o transporte de passageiros e de mercadorias a entroncar (como foi no passado recente) nas linhas do Norte, Beira Alta e Ramal de Alfarelos em direção ao Porto da Figueira da Foz. Lamento (e dói-me o coração) ver o PS associado a este erro e a constantes hesitações: custa-me ver Bons Amigos e Dinâmicos Políticos com algumas ligações a isto ao que creio interiormente DESTROÇADOS ou A ASSOBIAREM PARA O AR e, provavelmente a alinharem inseguros num processo que tem direta e forçosamente de subir às mãos do DR. ANTÓNIO COSTA e do PRESIDENTE MARCELO para o conhecerem e apreciarem de forma minuciosa e resolverem com a DIGNIDADE, a PONDERAÇÃO e a JUSTIÇA que evidenciam nos seus altos cargos: quer a reposição urgente do comboio na centenária Linha da Lousã quer a apreciação de Recuperação da Ferrovia portuguesa. Estamos ainda a tempo de MUDAR AS AGULHAS. Aliás, é preciso dizer ao Governo que o aeroporto de Beja não desempenhará as funções (por estar afastado de centralidades) que pode ter em pouco tempo (e logo que autorizado e construídas as instalações adequadas) o AEROPORTO DE MONTE REAL a ser aberto ao tráfego civil. E se continuam a dificultar a hipótese Monte Real (tudo para a nossa Região parece ser só dificuldades) que avance o AEROPORTO INTERNACIONAL DE COIMBRA/SOURE como foi preconizado há pouco tempo pelo Eng. MANUEL QUEIRÓ e a merecer a concordância de quem cedo (Dr. MANUEL MACHADO) viu o que tardava: um aeroporto para a nossa cidade e Região porque é preciso observar que cada vez mais o transporte aéreo internacional é mais reclamado/utilizado e não podemos ficar sem METRO SOBRE CARRIS, SEM AEROPORTO, SEM RAMAL FERROVIÁRIO DA LOUSÃ, SEM ADEQUADEAS LIGAÇÕES AO PORTO DA FIGUEIRA, AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA e À NOSSA CIDADE DE COIMBRA estrategicamente colocada no CENTRO DE PORTUGAL e que já foi capital DESTE REINO.
“CONSTRUAM, PORRA!”
“CONSTRUAM, PORRA!” – escutou-se, a dada altura, da boca de um interveniente no programa televisivo a que fiz alusão. É claro que o ímpeto DESBOCADO a cortar a monocórdia do debate até teve impacto e alguns sorrisos, mas é preciso dinheiro e FUNDOS COMUNITÁRIOS. Creio que temos na nossa Região quem sabe (bem) fazer contas e Projetos ( e candidatá-los) e vejo a atuação da Presidenta da Região com dinamismo e otimismo… mas será que chega?! Não podemos ser só bem comportados e bons teóricos e bons economistas e ficarmos ingenuamente de mãos vazias, cidade e Região vazias. Se calhar até subscrevo o ansioso e já desesperado “CONSTRUAM, PORRA!”. Metam o comboio na Linha Ferroviária da Lousã de imediato com recurso ao diesel ou aos comboios franco-alemães a hidrogénio e/ou ao aluguer a Espanha de composições; apresentem rapidamente os projetos (do novo aeroporto Coimbra/Soure – ou de Monte Real aberto à aviação civil); e o Metro bus só para a zona urbana de Coimbra… mas “CONSTRUAM, PORRA”. CONSTRUAM, POR FAVOR. E reponham o comboio.
Nota de rodapé: Por ter enviado o meu texto da semana passada perto da hora do fecho da edição não terá sido possível publicar as fotos que seguiram com o articulado que fazia alusão a essas mesmas fotografias – sei que tenho a compreensão dos leitores e visados e em especial dos Coros de Idosos fotografados. Grato. Agradeço ainda as palavras de apoio aos nossos objetivos de Reposição Imediata do Comboio no Ramal da Lousã, insertas na nossa última edição, do nosso vetusto e admiradíssimo colaborador em Ceira, JOÃO BAPTISTA. Trata-se de uma Personalidade ímpar na Vida da Cidade e da Região que as conhece como poucos e que sempre defendeu o melhor para as nossas populações neste humilde O DESPERTAR que se bate por CAUSAS nas quais não há interesses pessoais de quem aqui escreve, mas apenas a sublime e SUPERIOR DEFESA DOS INTERESSES DE TODOS OS NOSSOS CONTERRÂNEOS. O jornal O DESPERTAR é o grande cartão-de-visita de Coimbra e da nossa Região há mais de cem anos e vista o Caro Leitor fato de ganga ou toga respeitamos, por igual, o Cidadão que se veste com qualquer destas roupagens: de todos somos humilíssimos SERVIDORES e por sermos vossos Servidores somos, em liberdade e sem tibiezas, embora com educação e civismo, SERVIDORES do INTERESSE PÚBLICO apesar de admitirmos que podemos causar alguns amargos-de-boca e que poderemos também pagar cara a fatura da frontalidade e da defesa com afã e transparência da nossa terra. Permitam-nos ainda salientar o trabalho do simpático e progressista cinquentão jornal TREVIM da Lousã na defesa implacável do Regresso Urgente do Comboio ao Ramal da Lousã. Uma palavra de desagrado, com dor e tristeza, para alguns inesperados SILÊNCIOS sobre esta matéria do Comboio da Lousã: silêncios que sabem… a fel.