O homem cria o mal.
Tem o mórbido prazer de cometer o crime a toda a escala.
O crime neste país atinge, por vezes, proporções elevadas e imensamente perigosas.
Os grandes sinónimos do sentido da justiça são a celeridade que conduza ao severo castigo.
O dinheiro ilegítimo, o suborno, a chantagem, as negociatas, o tráfico de influências, a posição social e política, favores certamente, criam o mal estar criminal não somente nos malfeitores ou nos inteligentes do crime como em gente investida em altos cargos que rouba, tantas vezes, em nome do Estado e esses “habilidosos” continuam à solta…
Nem todos os crimes são de foro psíquico, mas antes de indivíduos criminosos natos, que andam pelo estado e pelas autarquias ou de hábitos adquiridos, mórbidos, que muitas vezes ficam por esclarecer pela discrepância ou exegese dos textos da lei.
Vive-se, em resumo, um período conturbado, de mal estar social em que o crime está sempre ao lado da primeira esquina.
A virtude da justiça estabelece-se sobre uma reação do imediato, da honestidade em julgar, sem delongas, com a relação de proximidade, no tempo e no espaço, ou seja, pela instituição do Direito, não ferindo o lesado mas punindo o criminoso no adágio latino “suum cuique tribune”, a cada qual o que é seu.
Há uma visão dantesca ou regressiva que nos deixa, tantas vezes, atónitos, como a criminalidade do dia a dia, de agentes do crime organizado sem o caráter intersubjetivo de responsabilidade se movimentam por todo o lado…
Mata-se. Rouba-se. Executam-se mil maneiras de lesar os valores éticos e morais dos cidadãos que cumprem o seu dever.
A solução existencial é prática da ordem dos pressupostos que se fundamentam na defesa da sociedade, numa espécie de absolutização do castigo como função primária do bem, mesmo que a justiça tenha, em certos casos, uma conceção psico-noética dos processos do conhecimento humano do crime e das esferas universais do banditismo servindo com eficácia a sua missão no combate a esta praga que esmaga os valores sagrados das comunidades e falseia o sentido histórico de uma terra, de um povo, de um país.
Deixámos há muito de ser um país de brandos costumes e de repente surgiu uma onda imensa de crimes multifacetados, uma bizarra universalização do crime, num constante atentado à lei.
É preciso um todo orgânico ou algo regido por leis intrínsecas que, sem desvios faça combate ao mal, ao hediondo e deixar-se as metáforas que tomam inteligível as normas legislativas, muito embora sejam “bonitos” os usos metafóricos de certos nomes pomposos em leis muito bem enfeitadas e sem rigor prático.
Quadrilhas de malfeitores infiltram-se com facilidade pelo país e semeiam o pânico numa onda de medo nos meios rurais, e não só, não obstante o policiamento atento das autoridades zelosas pelo bem das pessoas e do património.
Não! Não somos um país de brandos costumes. Isso faz parte da história ou do passado equidistante.