A Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL), a Associação Empresarial de Poiares (AEDP), o Clube de Empresários de Miranda do Corvo (CEMC) e o Núcleo Empresarial de Penela (NEP), em representação de mais de 3.000 empresários da região, “continuam perplexos” com o facto de ainda não ter chegado às empresas da região “qualquer euro das Linhas de Crédito disponibilizadas pelo Governo”.
Este apelo foi feito na sexta feira (17 de abril) por estas quatro associações que, em sintonia com muitas outras a nível nacional e as confederações que os representam – Confederação de Comércio e Serviços Portugal e Confederação Empresarial de Portugal -, em representação dos empresários, chamaram à atenção para esta situação, lembrando que “as empresas estão a desesperar pelo facto de não conseguirem aceder às linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo”.
“Estes atrasos prendem-se em primeiro lugar pela forma como estas linhas estão a ser lançadas, pela falta de clareza sobre quem pode aceder às mesmas, quais os limites e que documentação tem as empresas de entregar”, esclarecem. Por outro lado, dão conta que “alguns bancos estão a burocratizar todo este processo, pedindo documentação que neste momento não é possível entregar, como por exemplo as prestações de contas dos anos de 2019 que foram adiadas para 30 de junho”. Lamentam, ainda, que as Sociedades de Garantia Mútua, “por algum motivo, não estão a aprovar os empréstimos enviados pelos bancos”.
”Não é concebível, que uma empresa, seja de que dimensão for, neste momento de crise sem precedentes, estar mais de um mês a aguardar aprovação de um empréstimo, sem ter ainda qualquer tipo de previsão ou garantia sobre a sua aprovação, quando, este deveria este ser um processo simples, ágil e claro”, sublinha Carlos Alves.
Os empresários lembram que hoje, 20 de abril, “as empresas precisam de recursos para pagar diversos impostos, como seja Segurança Social e retenções de IRS, e seguidamente, no dia 30 de abril, proceder ao pagamento de salários, além de muitas outras despesas que chegam todos os dias”.
Os presidentes das associações apelam para que “os empresários se mantenham firmes ao leme dos seus negócios e que não desistam, pois, todos juntos vamos reerguer a nossa economia, e acreditamos que até fim deste mês de abril o dinheiro destas linhas deve chegar à economia, mas até lá é a situação é de desespero”. Consideram que “é imperativo que esta situação se solucione com a maior urgência, pois estamos a assistir ao enfraquecimento das empresas, pondo em alguns casos em risco a sua continuidade”.