A Casa dos Pobres de Coimbra, situada na Quinta do Cedro, na União de Freguesias de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, regista 35 casos de Covid-19 positivos, dos quais 29 são utentes e seis são funcionários. De acordo com a presidente da instituição, Maria Luísa Carvalho, há a lamentar três óbitos, estando um deles “enquadrado numa situação clínica complicada, encontrando-se já em estado terminal há algum tempo”.
Maria Luísa Carvalho assegura que “neste momento está tudo controlado”, encontrando-se todos os utentes nas instalações, divididos por duas áreas distintas de modo a evitar o contágio. A nível de funcionamento de serviços, graças à ajuda da Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, está também tudo acautelado, com “uma equipa de voluntários a ajudar nos serviços gerais, na desinfeção, lavandaria e cozinha”, enquanto os profissionais da instituição continuam a “acompanhar diretamente os seus utentes”.
“Mal apareceu o primeiro caso, a 9 de abril, reagimos de imediato. Decidimos que tínhamos condições para acolher todos os nossos utentes, desinfetámos tudo, criámos uma área para doentes Covid-19 e outra para os que não estavam infetados e conseguimos trabalhar e assegurar todas as respostas sem haver cruzamento de funcionários ou materiais nos corredores”, explica.
De acordo com Maria Luísa Carvalho, destes 35 infetados – num universo de 63 idosos e 43 trabalhadores – alguns começaram a fazer esta semana o segundo teste, estando a ser salvaguardados todos os cuidados recomendados pela Direção Geral de Saúde (DGS).
Os utentes que não estão infetados mantêm, dentro do possível, as suas rotinas diárias normais, estando, como sublinha a presidente, “mais de metade da casa a funcionar normalmente”.
É neste contexto de grande preocupação, provocado por esta situação de pandemia que a todos está a afetar, que a Casa dos Pobres vai completar, na próxima semana, no dia 8 de maio, os seus 85 anos, sem as habituais celebrações mas sempre com o mesmo espírito de missão.
Recorde-se que esta instituição, que tem sido sempre bastante acarinhada pela cidade, está a trabalhar no sentido de ampliar as suas instalações, de forma a poder responder aos muitos pedidos que que vai recebendo. Tem estado a funcionar na sua lotação máxima, acolhendo 63 utentes, mas mantém uma lista de espera com algumas centenas de pessoas.