Mais de oito meses depois do início da pandemia da Covid-19, os números diários de mortes e contágios continuam a subir no país e no mundo, causando cada vez mais preocupações, tanto a nível da saúde, como nas áreas económica e social. Perante esta realidade que não deixa ninguém de fora, é preciso consciencializarmo-nos de que esta é uma “guerra” cuja vitória depende da união de todos na prevenção.

O Governo mantém o país em estado de emergência e intensificou as medidas de restrição, de forma a garantir o distanciamento social e, sobretudo, os convívios familiares e entre amigos, onde se verificam os maiores focos de contágio. O Primeiro-Ministro, António Costa, alertou que a “situação é grave”, sendo “mais crítica do que aquela que vivemos no início da pandemia”, voltando a pedir o “esforço de todos”. Intensificam-se, por isso, as medidas de prevenção, sobretudo ao fim de semana, de forma a garantir alguma normalidade no dia a dia.

A região Centro, que até há pouco tempo se manteve fora das áreas de maior risco, apresenta já também números preocupantes e a maioria dos concelhos do distrito de Coimbra está na lista com risco elevado de transmissão e, portanto, sujeita a medidas mais restritivas, como o recolher obrigatório. Na primeira fase apenas Figueira da Foz e Penacova constavam desta lista, que integra agora também os concelhos de Coimbra, Mealhada, Pampilhosa da Serra, Penela, Cantanhede, Mira, Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho, Tábua, Arganil e Miranda do Corvo.

Reavaliada a cada 15 dias pelo Governo, esta lista (disponível em covid19estamoson.gov.pt) conta agora com 191 concelhos e tem como critério geral do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças de “mais de 240 casos por 100 mi habitantes nos últimos 14 dias”.

Medidas do estado de emergência

É também neste portal que se encontram todas as medidas de prevenção em vigor. Divulgamos aqui hoje algumas das principais, deixando um apelo ao seu cumprimento, pela nossa saúde individual mas também pela dos outros.

– Distanciamento físico recomendado de dois metros, lavagem frequente das mãos, uso obrigatório de máscara, etiqueta respiratória e recomendação de instalação da App Stayaway Covid;

• Comércio encerra até às 22h00 nos dias úteis e no fim de semana abre às 08h00 e encerra às 13h00. Exceção para as farmácias; clínicas e consultórios; estabelecimentos de venda de bens alimentares com porta para a rua até 200 metros quadrados e bombas de gasolina. Quanto aos restaurantes, durante a semana encerram até às 22h00 e aos fins de semana às 13h00. Depois dessa hora, podem funcionar apenas através de entrega ao domicílio;

• Proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 05h00 nos dias de semana e a partir das 13h00 ao fim de semana, com exceção para funções profissionais ou equiparadas, motivos de saúde, situações de emergência, assistência a pessoas vulneráveis, responsabilidades parentais, passeios “higiénicos” e de animais de companhia, entre outros;

• Alteração nos transportes públicos no fim de semana, a partir das 13h00, com horários suprimidos ou reduzidos;

• Possibilidade de medir a temperatura corporal no acesso a locais de trabalho, escolas, transportes públicos e espaços comerciais, culturais e desportivos;

• Possibilidade de exigir testes de diagnóstico à Covid-19 no acesso a estabelecimentos de saúde e ensino, lares e, ainda, na entrada e saída de território nacional, por via aérea ou marítima;

• Dever cívico de recolhimento domiciliário e confinamento obrigatório para doentes com Covid-19 e pessoas em vigilância ativa;

• Eventos e celebrações limitados a cinco pessoas, salvo se do mesmo agregado familiar;

• O teletrabalho é obrigatório, sempre que as funções em causa o permitam, o trabalhador disponha de condições para as exercer . O empregador pode também implementar medidas de prevenção, como a adoção de escalas de rotatividade entre o regime de teletrabalho e o trabalho prestado no local e de horários diferenciados de entrada e saída e nas pausas e refeições.

“Tudo fechado” mas com muitas possibilidades

“A regra é tudo fechado”, disse António Costa. Mas, apesar da importância de nos mantermos em casa, importa salientar que há formas de passarmos tempo de qualidade em família. Nos dias normais de trabalho e escola, recomendamos a todos que se protejam. As crianças e jovens poderão ter mais dificuldades em seguir as regras, por isso importa sensibilizá-las para que evitem as aglomerações nos intervalos e as habituais partilhas. Ao fim de semana, é saudável trazê-los para a rua, para o ar livre, não faltando sugestões que podem ser partilhadas pelo agregado familiar, como um jogo de futebol ou outro desporto, uma caminhada ou um passeio de bicicleta. Não é preciso ir longe para encontrar soluções que tornem os dias mais aprazíveis, divertidos e saudáveis pois é certo que a pandemia acarreta grandes preocupações e muita ansiedade, sendo fundamental que nos protejamos do vírus mas que asseguremos também a nossa saúde mental.