Lembrei-me, a propósito do coronavírus (COVID-19), que tive familiares a trabalhar durante anos na Estação ANTI-SEZONÁTICA de MONTEMOR-O-VELHO a qual fechou quando foram erradicadas as sezões tipo paludismo no concelho. Os anos das centúrias de oitocentos e de novecentos foram muito difíceis na região com vários óbitos devido a esta epidemia de febre. A prestigiada Doutora IRENE VAQUINHAS escreveu, em meados de 2016, um artigo cuja sinopse é a seguinte e citamos com a vénia devida pela sua oportunidade:
“Neste artigo é analisado o impacto na saúde pública da extensão dos arrozais, na segunda metade do século XIX e inícios do século XX, na zona dos campos do Mondego (concelhos de Coimbra e de Montemor-o-Velho). A orizicultura era considerada, ao tempo, insalubre, sendo responsabilizada por epidemias de “febres intermitentes” ou “sezões” que acometiam as populações residindo nas suas imediações. Preços elevados, peso político de proprietários, hesitações legislativas constituíram o eixo central de uma cultura polémica que só será ultrapassada com a descoberta do agente causador da malária e a definição da teoria anofélica (transmissão pelo mosquito fêmea anófeles), a qual abre caminho às primeiras medidas sanitárias de erradicação da doença, centradas sobretudo na criação de postos anti-sezonáticos, e à conversão da cultura numa prática agrícola normal, sem os estigmas da doença que lhe estavam associados.”
Talvez seja ousado comparar o que aconteceu durante duzentos anos no Baixo Mondego e noutras localidades e regiões como Soure, Famalicão, Curia, Monte Real, Lagos, Alcácer do Sal com o que está a acontecer, à escala mundial, com o CORONAVÍRUS 19. Também na questão das SEZÕES a investigação foi importantíssima e não tão rápida como seria de desejar para evitar mortes. Quando foram instaladas as referidas Estações Anti-Sezonáticas VOCACIONADAS APENAS PARA ESTA DOENÇA, surgiram medicamentos adequados e passou a ser feita a DESINFESTAÇÃO nas localidades e zonas ribeirinhas a doença foi erradicada. Às vezes ler a HISTÓRIA pode ajudar a compreender o que está a acontecer e dar-nos pistas para procedimentos adequados no Presente. Resta-me a esperança de que, a exemplo do que estão a fazer em várias universidades e Laboratórios Internacionais, também a UNIVERSIDADE DE COIMBRA tenha os seus eméritos INVESTIGADORES A TRABALHAREM A MIL POR CENTO NA DESCOBERTA DE UMA VACINA OU TRATAMENTO PARA O CORONAVÍRUS.