Manter o comércio da Baixa com algum dinamismo, apesar do encerramento da grande maioria dos estabelecimentos, é uma das grandes preocupações da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) que, com esse objetivo, incita os comerciantes a apostarem na divulgação dos seus produtos nas redes sociais.
Neste momento em que comerciantes e população anseiam pela reabertura do comércio e do retorno de alguma normalidade, a presidente da APBC, Assunção Ataíde, considera que é importante que os estabelecimentos apresentem algum dinamismo, recorrendo às redes sociais para mostrarem “a diversidade de oferta que existe na Baixa” e para “despertar nas pessoas a vontade de virem visitar os estabelecimentos e verem os produtos ao vivo, assim que os estabelecimentos reabrirem”.
Num universo de cerca de 500 estabelecimentos comerciais, a APBC conta com cerca de 120 associados, dos diversos setores, a quem apela para que se mantenham unidos e para que se associem às realizações que vão sendo propostas, apesar de menos e com os condicionalismos que a pandemia está a provocar a todos.
“Quantos mais formos mais força temos. Temos que apostar em iniciativas diferentes mas que ajudem a promover a Baixa e a mostrar que continuamos cá”, realça.
O “Passa a Prenda”, projeto de dinamização do comércio local, através de um jogo interativo nas redes sociais que vai decorrer este mês num formato online, é um desses exemplos. Todos os estabelecimentos são convidados a promover os seus produtos, num jogo fictício onde podem ser comprados e oferecidos. Quem receber mais presentes vai receber, no final, um prémio de 300 euros, que pode utilizar nos estabelecimentos aderentes, quando reabrirem. Há também um prémio para o participante com o porta moedas mais ativo, no valor de 200 euros, e um terceiro para o estabelecimento mais solicitado, no valor de 100 euros. Neste momento há cerca de 25 estabelecimentos aderentes, estando a participação aberta a toda a comunidade, que se pode inscrever nas redes sociais da APBC e que, para além dos 500 euros base para “jogar”, pode participar nos vários quizz e surpresas que vão surgindo ao longo do mês.
“Este é um exercício de promoção diferente. Já foi feito nos Estados Unidos em 2013, numa cidade semelhante à nossa, cujo comércio também estava completamente desmoralizado, e potenciou imenso as conexões e as pontes entre as lojas e entre as lojas e os comerciantes”, explica.
Espera que em Coimbra também traga resultados positivos, num sinal de esperança no futuro. Assunção Ataíde lembra que estamos “no período pré-Páscoa, que as lojas deviam estar bastante dinamizadas nesta altura mas que as pessoas continuam em casa e as lojas fechadas”. Defende que “não se pode baixar os braços e desanimar” e desafia, por isso, os comerciantes a apostarem nas plataformas digitais que têm ao seu dispor “para se promoverem, para mostrarem o potencial e diversidade que a Baixa oferece”.
“Há uma percentagem de comerciantes que estão abertos porque têm bens essenciais mas também esses estão a tentar sobreviver porque não faturam como antes. Depois há outro grupo que, mesmo fechado, começou a investir nas redes sociais para continuar a fazer algum negócio e há outro que está completamente parado”, explica.
De acordo com a presidente da APBC, “muitas empresas reinventaram-se para continuarem a faturar” mas, lamentavelmente, isso não é possível em todas as áreas. A APBC e os comerciantes aguardam, por isso, com grande ansiedade pelo desconfinamento. Assunção Ataíde espera que alguns setores possam reabrir ainda na segunda quinzena deste mês e que o restante logo em abril.
“Temos que acreditar e manter a esperança. Sabemos que o comércio está a viver tempos de grande aflição mas temos que manter a luz acesa e não desanimar”, realça.