O Município de Coimbra vai procurar reduzir o impacto da hipertensão, obesidade e diabetes nos seus residentes, já que são estas as principais causas de morbilidade no concelho, de acordo com o Perfil Municipal de Saúde apresentado na segunda feira.
O presidente da Câmara, Manuel Machado, defende que “a saúde deve e tem de ser uma prioridade de todos, pelo que assumimos o desafio de colocar a saúde no centro de todas as políticas autárquicas, tornando a nossa bela e encantada cidade mais inclusiva e saudável, para que possa ser fruída e usufruída pelos jovens de todas as idades”.
Segundo Manuel Machado, o tabagismo é também uma das áreas com bastante impacto na saúde dos conimbricenses e para as quais o Município vai procurar respostas em articulação com os especialistas para aconselhamento e atividade pedagógica para reduzir os seus impactos, sobretudo na “obesidade e diabetes”.
O Perfil Municipal da Saúde apresentado na segunda feira é referente à primeira fase da Estratégia Municipal de Saúde, cujo trabalho se iniciou em março de 2020, ainda antes da pandemia da covid-19, em articulação entre o Município e uma equipa de investigação contratada do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra.
Durante a próxima semana, de acordo com o presidente da Câmara, a equipa responsável vai trabalhar nas ações específicas e medidas a implementar para concluir o plano estratégico de ação.
No diagnóstico efetuado, o cancro do reto e do canal anal surge como a principal causa de morte no concelho de Coimbra.
Segundo o documento, os homens são os mais afetados pela hipertensão, obesidade e diabetes mas na depressão as mulheres apresentam uma taxa de doença superior ao dobro relativamente aos homens.
A obesidade está relacionada com a tipologia da área de residência, com os habitantes da parte urbana da cidade a registarem taxas de incidência mais baixas do que na zona rural ou periurbana.
Neste capítulo, regista-se também menos taxa de incidência nas pessoas com maior grau de escolaridade, que são aquelas que mais praticam atividade física.
Relativamente aos dados sobre a qualidade de vida da população de Coimbra, o Perfil Municipal de Saúde regista uma formação superior dos seus habitantes (superior ao dobro da médica nacional), uma taxa de desemprego abaixo da médica nacional (4,4 por cento em 2019) e salário médio mensal superior ao da área da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.
O documento realça ainda que o tempo de viagem entre a residência da população e os serviços hospitalares apresenta uma média de 11 minutos e que os estudantes do ensino obrigatório (12.º ano) residem a menos de 30 minutos das escolas em viagens nos transportes coletivos.
A Estratégia Municipal de Saúde tem como objetivo “aumentar a esperança de vida, incentivar a qualidade de vida e continuar a desenvolver as políticas que permitiram, por exemplo, que Coimbra seja um dos municípios do país onde a taxa de mortalidade infantil mais reduziu no país e na Europa”, refere o presidente do Município. Manuel Machado acrescenta ainda que este documento visa também “continuar a incentivar os serviços públicos coletivos, em que é exemplo os transportes, a qualidade da água e a contenção na fatura da água para as pessoas poderem encontrar soluções ou esperança em soluções”.
A qualidade de habitação, que está incluída na estratégia municipal de habitação, é outra das prioridades, estando, neste momento, em curso intervenções na ordem dos 15 milhões de euros.