11 de Dezembro de 2024 | Coimbra
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Coimbra e região unidas no apoio ao povo ucraniano

4 de Março 2022

A guerra na Ucrânia não deixa ninguém indiferente. A Rússia começou a bombardear o país na madrugada da passada quinta feira (24 de fevereiro), tendo Kiev amanhecido ao som de explosões de mísseis. Esta invasão deixou o mundo em choque e alerta, com milhares de europeus a participarem, desde então, nas mais variadas manifestações contra o Governo de Vladimir Putin e em iniciativas solidárias a favor do povo ucraniano.

Coimbra e região não são exceção e, à semelhança do que tem acontecido em todo o país, têm demonstrado, de várias, formas que estão prontas para ajudar. As imagens e os relatos, tristes e preocupantes da guerra, entram a todo o momento em cada lar e tocam a todos. Mas este sofrimento não chega apenas pelos meios de comunicação ou redes sociais. Sente-se no dia a dia já que, com uma comunidade de cerca de 28 mil imigrantes ucranianos a viver em Portugal, todos têm amigos ou conhecidos que vivem dias de angústia e preocupação para com os seus, um sofrimento que a todos atinge, independentemente da idade, desde as crianças nas escolas que estão a descobrir o significado da guerra, aos jovens que questionam o seu sentido, aos adultos que sabem o que daí pode advir e aos mais velhos que já assistiram a outros conflitos.

Esta não é, portanto, apenas uma luta do povo ucraniano. É o regresso da guerra à Europa e, como vários especialistas têm dito, é provavelmente o período “mais negro” na Europa desde a II Guerra Mundial.

A onda de solidariedade não pára de aumentar e todos podem ajudar.

Dois pontos de recolha de bens em Coimbra

A Câmara de Coimbra tem disponíveis dois pontos de recolha de bens não perecíveis para enviar para o povo ucraniano. Os bens podem ser entregues na Casa Municipal da Proteção Civil, no Quartel dos Bombeiros Sapadores, 24 horas por dia, ou no edifício n.º 12 da Rua Ferreira Borges (no antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos), entre as 9h00 e as 17h00, de segunda a sexta feira. Estes pontos de recolha funcionam em articulação com grandes instituições da cidade, designadamente a Universidade de Coimbra (UC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e a Associação Académica de Coimbra.

“Na sequência das necessidades levantadas pela autarquia em conjunto com a comunidade ucraniana residente em Coimbra, as necessidades mais prementes prendem-se com enlatados (de preferência, comida já confecionada), sopas rápidas, roupas quentes, água, sumos, leite em pacotes pequenos, sacos-cama e material de primeiros socorros, como por exemplo seringas, pensos rápidos, álcool e água oxigenada”, explica o Município, adiantando que “está já em contacto com associações da Polónia e outras para articular a entrega dos bens nos locais com mais necessidades, sendo que o transporte será também assegurado”.

“Neste momento de gravíssima violação do direito e da ética internacional, perante a morte de civis inocentes numa guerra imperialista absurda, temos o dever de estar unidos em defesa da paz, da democracia, do ideal europeu, dos direitos humanos e do direito dos povos à sua autonomia”, sublinhou o presidente da Câmara, José Manuel Silva.

A autarquia realça que está a acompanhar “com grande preocupação” os acontecimentos da Ucrânia e para “manifestar a sua total solidariedade” para com a população hasteou no seu edifício a bandeira ucraniana. Também a empresa municipal Águas de Coimbra iluminou a fonte cibernética do Mondego com as cores da bandeira da Ucrânia, em solidariedade com o povo ucraniano.

Freguesias de Coimbra recolhem bens

Muitas freguesias do concelho de Coimbra estão também a recolher bens essenciais, como alimentos, medicamentos, roupa quente (vestuário e cama) e produtos de higiene, para apoiar o povo da Ucrânia. A Freguesia de Santo António dos Olivais anunciou que está a receber bens na sua sede, que serão depois entregues à Câmara, que os fará chegar ao destino.

A União das Freguesias (UF) de Assafarge e Antanhol, em colaboração com a comunidade ucraniana que habita na freguesia, informa que já saiu, anteontem, a “primeira carrinha com ajuda humanitária em direção à fronteira da Polónia com a Ucrânia” mas continua a recolher bens, que podem ser entregues no Salão Paroquial de Antanhol.

A UF de Coimbra está também a recolher bens na sua sede, no Bairro Sousa Pinto.

A UF de Eiras e S. Paulo de Frades, em colaboração com o projeto “Famílias em Ação” e Associação de Pais da EB1 de Santa Apolónia, entregou também bens que já seguiram para apoiar o povo ucraniano.

A UF de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades tem disponíveis três pontos de recolha de bens, nomeadamente na Farmácia Lusitana (Corujeira) e nas duas sedes das Juntas de Freguesia.

Em Brasfemes, os Bombeiros Voluntários fizeram também chegar bens aos seus colegas da Ucrânia.

UC disponível para acolher estudantes refugiados

O reitor da UC, Amílcar Falcão, explicou, na terça feira, dia em que a UC celebrou 732 anos, que, “perante os desenvolvimentos mais recentes no panorama internacional, a UC fica à disposição do Governo de Portugal para acolher de forma condigna estudantes refugiados de guerra provenientes da Ucrânia”, ativando, para tal, o seu Fundo de Apoio aos Refugiados, que regularmente mobiliza “para situações similares na ajuda a estudantes provenientes de outras zonas do globo”.

O reitor apelou ainda à generosidade de toda a comunidade académica, no sentido de apoiarem o povo ucraniano e, em particular, “as vítimas inocentes que são sempre os que mais sofrem nestas circunstâncias”. Amílcar Falcão adiantou também que o European Campus of Cities-Universities (EC2U), o campus universitário europeu que a UC integra, deliberou na segunda feira, a abertura de uma conta na Universidade de Iasi, sua parceira na Roménia, “atenta a proximidade geográfica de ambos os países”.

Comunidade do IPC recolhe bens

A comunidade do IPC está também a promover uma recolha de bens essenciais para enviar para a Ucrânia, associando-se assim à iniciativa da Câmara de Coimbra. As seis escolas do IPC – ESAC, ESEC, ESTGOH, ESTeSC, ISEC e ISCAC – disponibilizam pontos de recolha em cada uma delas, bem como os Serviços Centrais, de forma a que a comunidade escolar possa fazer as suas doações. A instituição recomenda que sejam entregues alimentos não perecíveis, roupas quentes, produtos de higiene, medicamentos, material de primeiros socorros e sacos-cama.

Esta recolha decorre até segunda feira e, posteriormente, estes bens serão encaminhados para a Ucrânia e outros países vizinhos que estão a acolher refugiados do cenário de guerra, através de meios de transporte que estão a ser agilizados pela autarquia.

Para Jorge Conde, presidente do IPC, “numa altura de enorme consternação para o mundo e com uma crise humanitária cuja proporção ainda não se consegue prever, o Politécnico de Coimbra não podia ficar indiferente”.

O IPC informou ainda o Governo português que está disponível para receber estudantes ucranianos que pretendam prosseguir os seus estudos no IPC, à semelhança do que já aconteceu em relação a estudantes provenientes da Síria e do Afeganistão, no âmbito da Plataforma Global para os Estudantes Sírios.

Concerto solidário do Coro dos Antigos Orfeonistas da UC

O Coro dos Antigos Orfeonistas da UC também se associa a esta causa e vai realizar, em parceria com o Município de Coimbra e a Comunidade Intermunicipal (CIM) de Coimbra, um espetáculo solidário. Denominado “Somos todos Ucrânia – Estamos juntos”, este espetáculo está marcado para 25 de março, às 21h00, no Grande Auditório do Convento de São Francisco, e conta com a colaboração do músico André Sardet. Destina-se a angariar fundos, integralmente vocacionados a socorrer as vítimas da guerra, sendo a receita entregue, na totalidade, à embaixadora da Ucrânia em Portugal.

Para além da receita da bilheteira, será aberta uma conta solidária com vista à recolha de donativos para o efeito e constituída uma Comissão de Honra para a qual foram convidadas, segundo a Direção do Coro, “as mais altas individualidades do Estado”.

Cáritas de Coimbra solidária

A Cáritas Diocesana de Coimbra também vai apoiar a Ucrânia. A Cáritas Portuguesa anunciou que, através do seu Fundo de Emergências Internacionais, iria doar 20 mil euros diretamente para a Cáritas da Ucrânia, para contribuir para que as pessoas sejam cuidadas e protegidas, um gesto que a Cáritas de Coimbra replica, doando o mesmo valor. “Com este gesto, a Cáritas pretende garantir que todas as pessoas tenham acesso à assistência humanitária e assegurar que a Cáritas da Ucrânia tem condições de continuar o seu trabalho junto das pessoas afetadas, através da distribuição de alimentos, água potável, abrigo seguro e kits de higiene”, refere a Cáritas de Coimbra. Quem quiser apoiar a campanha, designada “Cáritas Ajuda Ucrânia”, podem fazê-lo através de donativos online (em www.caritas.pt/donativos-online), do IBAN PT50.0033.0000.01090040150.12 ou por multibanco (entidade 22222 e referência 222 222 222).

Cantanhede une-se para apoiar refugiados

A Câmara de Cantanhede também quer apoiar o povo ucraniano, através de ações solidárias a desenvolver com todas as “forças vivas” do concelho, como Juntas de Freguesia, associações, IPSS’s, empresas e comunidade. A presidente, Helena Teodósio, adianta que foi acionado o Gabinete de Apoio ao Imigrante para proceder “à identificação de todos os cidadãos da Ucrânia residentes no concelho de Cantanhede, facultando-lhes apoio ao nível do acolhimento de familiares refugiados devido à recente invasão do país”, havendo também disponibilidade para “providenciar habitação a famílias ucranianas fugidas da guerra, colaborando na agilização dos processos necessários à fixação de residência no concelho”.

Outra das iniciativas passa pela concertação de uma estratégia com a Associação Empresarial de Cantanhede, para estimular as empresas do concelho a contratarem os refugiados, assegurando-lhes formação em língua portuguesa, bem como em outras matérias consideradas úteis para a sua integração social, e por diligenciar junto das escolas dos diferentes graus de ensino a criação de condições de aprendizagem favoráveis para as crianças de famílias de refugiados. Está também a recolher bens para enviar para a Ucrânia.

Sessão de cinema em Góis

O Município de Góis promove, amanhã, às 21h00, no auditório da Casa da Cultura, uma ação de angariação de fundos a reverter para uma associação da Ucrânia, através da apresentação do filme Mr. Jones – A Verdade da Mentira. Com o apoio da CINEBOX e da OUTSIDER Filmes, esta sessão tem como objetivo angariar fundos para a missão da “Volunteers of Vyzhnytsja”, uma associação de voluntários, localizada na cidade de Vyzhnytsia, situada no Oblast de Chernivts, Ucrânia, que está a auxiliar no processo de acolhimento de refugiados internos na região, de modo a assegurar e a proporcionar alimentação e medicamentos para os primeiros dias. Os bilhetes custam cinco euros, valor que reverte na íntegra para esta causa.

Lousã recolhe donativos

A Câmara da Lousã está a realizar, em parceria com as Juntas de Freguesia, uma recolha solidária de donativos que serão enviados para a Ucrânia. Sinalizou também, junto do Governo, a sua disponibilidade para acolher cidadãos ucranianos que pretendam vir para Portugal, com prioridade para aqueles que tenham familiares no concelho.

Os donativos (bens essenciais e não perecíveis já aqui enumerados como prioritários) podem ser entregues até amanhã na Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, na Piscina Municipal ou em qualquer uma das quatro Juntas de Freguesia.

“Este é um momento dramático para todo o mundo mas, naturalmente, com efeitos nefastos muito maiores para a Ucrânia e para a sua população. Com esta iniciativa procuramos dar a nossa contribuição para minimizar, dentro do possível, os efeitos terríveis desta guerra e apoiar o povo ucraniano”, sublinha o presidente, Luís Antunes.

De referir ainda que um grupo de alunos do curso de Comunicação e Marketing da Status – Escola Profissional da Lousã lançou também uma campanha solidária para ajudar os refugiados e vítimas da guerra, podendo os bens ser entregues nas instalações da Status, seguindo depois para a Ucrânia.

Tábua disponível para acolher 50 refugiados

A Câmara de Tábua também já manifestou, junto da Embaixada da Ucrânia em Portugal e do Governo português, a sua “total disponibilidade e recetividade” para acolher 50 cidadãos ucranianos, numa primeira fase.

Refere ainda disponibilidade para “prestar todo o apoio para que beneficiem de uma plena integração na comunidade tabuense”, estando os serviços do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Tábua “mobilizados na identificação dos recursos que deverão ser colocados à disposição dos cidadãos que escolham o concelho para se fixar, temporária ou definitivamente, nomeadamente ao nível da habitação, da educação para as crianças e do emprego nas áreas da saúde e da indústria alimentar ou do mobiliário, permitindo-lhes concretizar um novo projeto de vida que lhes abra novas perspetivas para o seu futuro em Portugal”.

Para além disso, o Município está a recolher donativos para enviar para a Ucrânia.

Médicos do Centro solidários com povo ucraniano

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, expressou a sua profunda solidariedade para com o povo ucraniano. “Este é o momento de assumirmos publicamente a nossa solidariedade. Temos a obrigação moral e ética, enquanto médicos, de nos unirmos em prol da defesa das vítimas deste conflito e pelo respeito da salvaguarda dos cuidados de saúde essenciais que devem continuar a ser prestados”, declarou. Para Carlos Cortes, “este é o momento de exortar à defesa dos direitos dos doentes, das pessoas mais fragilizadas por este conflito e da possibilidade de receberem a indispensável ajuda humanitária” nestes momentos críticos e devastadores.

A SRCOM deixou ainda uma palavra muito especial para todos os médicos e profissionais de saúde da Ucrânia e restantes países que estão a receber os refugiados deslocados e em fuga dos combates bélicos.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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