Já manifestámos, em várias oportunidades, a nossa inconformidade com a desordenação estacionária das importunadoras trotinetas, cujo proprietário ou gestor está, consciente e persistentemente, a violar as normas que regulam o estacionamento de veículos motorizados de duas rodas, desafiando as autoridades policiais, confiante na inércia, ineficácia ou tolerância das mesmas.
É facto que aquela tolerância põe em causa os princípios da imperatividade, generalidade e abstração das leis, ao que a Edilidade e as polícias não reagem, em confronto com a sua destreza em autuar os automobilistas, quando em situação de estacionamento proibido ou irregular, mesmo que em casos fortuitos. A não ser que aquelas espécies anómalas de transportes não caibam no âmbito das normas de estacionamento aplicáveis às bicicletas elétricas particulares, o que constitui uma aberração da lei e do princípio de a situação igual, tratamento igual.
É compreensível que o Sr. P. C. M. Coimbra não disponha de tempo para a leitura de todos os jornais mas, com certeza que o seu gabinete de imprensa lhe faz chegar as notícias que envolvam, positiva ou negativamente, assuntos da sua competência e, portanto, não ignorará a perturbação e o bulício da população que sofre as consequências desse desregramento, sobretudo os deficientes motores ou de mobilidade reduzida.
Neste encalço, aproveito para opugnar V. Exª., Sr. Presidente, sobre como perspetiva solucionar, se é que já se apercebeu, do óbice para aqueles deficientes, que se socorrem da bengala, das muletas ou de cadeira de rodas para se movimentarem pelos passeios, nos pontos de paragem dos transportes públicos, quando as respetivas estruturas estão a restringir cerca de três quartos da largura dos passeios, não deixando espaço suficiente para eles transporem esses obstáculos, sem invadirem a faixa de rodagem, cujos perigos são óbvios. Já pensou seriamente nisso Sr. Presidente da Câmara? (cfr. fotos de situações no Bairro de S. Miguel).
A minha consideração e respeito por V. Exª. impõe-me que o confronte com esta pungente realidade, que fere a sensibilidade de qualquer cidadão dotado de um mínimo de sentido ético e de solidariedade para com aqueles que não tiveram a ventura de se movimentarem autonomamente.