25 de Abril de 2025 | Coimbra
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Carlos Cidade: Um adeus inesperado e emocionado ao príncipe de Coimbra

3 de Junho 2022

Milhares de pessoas despediram-se de Carlos Cidade, proeminente militante do Partido Socialista, falecido com apenas 63 anos, vítima de covid 19 e outros problemas de saúde, tendo dedicado grande parte da sua vida à participação política e ao desenvolvimento do Munícipio de Coimbra. Pai de dois filhos, Andreia e Francisco, o extinto era casado com Ana Rosa. Jurista, licenciado em Direito no ISBB, pós-graduado em Direito do Ordenamento do Território, Urbanismo e Ambiente, exercia a sua atividade profissional no Departamento Jurídico da Águas do Centro Litoral SA.

De 1980 a 1993 exerceu funções de dirigente sindical. No plano autárquico foi deputado municipal à AMC, 1993-2009, adjunto e chefe de gabinete do antigo presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, vereador desde 2009 na edilidade conimbricense, Vice-Presidente entre 2013-2021 (responsável pelos pelouros da Gestão Urbanística, Ambiente, Espaços Verdes e Jardins, Mercados e Desporto).

No desempenho de funções em órgãos políticos era membro da Comissão Nacional do Partido Socialista, da Comissão Política Distrital de Coimbra, e líder concelhio de Coimbra, tendo-se demitido deste último na sequência da escolha dos candidatos a deputados do PS pelo círculo de Coimbra às legislativas de janeiro, processo em que foi preterido.

A notícia da sua morte inesperada levantou uma onda de solidariedade que perpassou pelos diversos quadrantes políticos e sociais. Para a Comissão Política Concelhia do PS «o Carlos era o mais profundo sentido de camaradagem, ele era Coimbra, ele era o PS. Parte um dos maiores nomes da História do PS e fica o seu legado de incansável trabalho em prol dos outros e do seu partido. Até sempre camarada», pode ler-se na nota de pesar publicada na página oficial.

No mesmo sentido, o PS Nacional sublinhou que Carlos Cidade morreu de forma prematura «ainda com muito para oferecer à cidade de Coimbra, ao Partido Socialista e a Portugal, na plenitude da sua vida e com uma carreira profissional e política marcada pelo êxito», salientando também que «a sua partida inesperada coloca em todos nós o ónus de honrar a sua memória de camaradagem e amizade, patentes na sua dedicação à causa pública e no seu altruísmo».

Para o Presidente da Federação Distrital de Coimbra, Nuno Moita, o PS perdeu «um dos seus mais proeminentes militantes». José Manuel Silva, que preside à edilidade conimbricense, solidarizou-se com a morte do vereador e ex- vice-presidente:

«Pessoal e institucionalmente lamento sentidamente a morte de Carlos Cidade, e manifesto sentidas condolências e total solidariedade à família e amigos perante a inusitada perda do grande conimbricense, academista, socialista e político Carlos Cidade, alguém que será sempre lembrado pela sua permanente e intensa dedicação à causa pública, ao debate político, à luta pelas suas convicções e à defesa do concelho de Coimbra». O presidente do município decretou, por isso, três dias de luto municipal e o adiamento da reunião do executivo da pretérita segunda-feira, dia 30, para o próximo dia 06.06.

Como salientámos, a consternação pela perda, extravasou em muito a área política a que pertencia. João Francisco Campos, presidente da União de Freguesias de Coimbra, escreveu na sua página «Não quis acreditar. Coimbra fica mais pobre. Não importa se não concordava com o estilo ou visão política. Carlos Cidade era um homem de Coimbra e a ela dedicou toda a sua força, toda a sua vontade. Coimbra já não tem muitos assim e fazem-lhe falta.

Era um amigo, porque sempre soubemos separar o que era da política com a vida pessoal, como deve ser. Paz à sua alma».

Também Luís Correia, presidente da União das Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, lamentou na página da freguesia o infausto acontecimento:

«Com o Carlos mais do que as divergências que nos separavam no campo político o que nos sempre uniu foi um imenso amor a Coimbra e a certeza que ele sempre quis o melhor para todos nós. Reconheço no Carlos Cidade um bom amigo de muitas das Associações e Colectividades da nossa União das Freguesias. Em meu nome pessoal, do meu executivo, e arrisco-me a dizer da população de Eiras e São Paulo de Frades, os meus profundos sentimentos à família».

No plano associativo Carlos Cidade foi vice-presidente da AAC-OAF (2000-2002), membro da Mesa da Assembleia-Geral, e integrava uma das candidaturas concorrentes às próximas eleições. A Secção de Futebol realçou que «o seu desaparecimento é uma perda e uma dor imensa para todos os desportistas de Coimbra, dada a sua capacidade de trabalho em prol dos clubes e associações desportivas», destacando, também, que na qualidade de vice-presidente da AAC «em momentos de grande dificuldade soube dizer presente».

Também o Presidente da República lamentou a sua morte prematura, conferindo ao desaparecimento uma relevância institucional nacional alargada aos órgãos de soberania.

À família enlutada, o Despertar manifesta, também, as suas condolências, relembrando a forte ligação de Carlos Cidade com os órgãos de comunicação social, a quem reconhecia um papel fundamental no desenvolvimento da região, com quem sempre estabeleceu relações cordiais e de respeito mútuo.


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