19 de Abril de 2025 | Coimbra
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Capital Europeia da Cultura deve ser fator transformador para Coimbra

3 de Dezembro 2021

A candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027 deve ser encarada como um fator de transformação da cidade em termos culturais e da sua relação com diversos espaços. “Coimbra precisa deste desafio, desta união, desta congregação de esforços e de participações de toda a região para nos transformarmos para o futuro e nos voltarmos a afirmar como a cidade que queremos e que tem todo o potencial para o ser”, disse anteontem o presidente da Câmara, José Manuel Silva, no final da apresentação no livro de candidatura (‘bid book’), que decorreu no Convento São Francisco e que foi transmitida online para vários países.

A candidatura, que tem como lema “Correntes de Mudança”, divide-se em cinco eixos: “A Invenção de um rio” (a centralidade do rio no desenho da cidade); “O cheiro do café” (o espírito do encontro, das ideias e da dialética); “Partículas elementares” (os vários patrimónios materiais e imateriais), “Intermitências da Luz” (artes, inovação e criatividade) e “Corpos em movimento” (projeção de Coimbra na Europa e no mundo).

De acordo com o livro de candidatura, é no primeiro eixo, centrado no rio, que está prevista a edificação de um pavilhão multiusos, intitulado Mondego Arena, no âmbito da requalificação da Praça da Canção, onde normalmente decorre a Queima das Fitas e a Festa das Latas. Este pavilhão teria capacidade “para espetáculos de audiências até 5.000 pessoas, eventos desportivos ‘indoor’, feiras e congressos, salas de ensaio, salas de recursos técnicos e de produção partilhada”, refere o livro.

Nesse mesmo eixo, o grupo de trabalho, coordenado pelo mágico Luís de Matos, aponta também para a libertação dos terrenos ribeirinhos hoje ocupados pelos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), a construção de uma nova ponte pedonal e a requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.

No eixo “Partículas Elementares”, a candidatura assume a “precariedade” do património material e imaterial da cidade e defende um trabalho de restauro, que conjugue “a tradição e a invenção”. Nesse sentido, propõe a requalificação e refuncionalização do Estabelecimento Prisional de Coimbra, no centro da cidade, lançando-se um “concurso de ideias internacional” para aquele empreendimento.

Tornar a Baixa da cidade num espaço “urbano de vida real e de fruição”, com um plano urbanístico que promova a redução do tráfego automóvel, criar o Centro de Interpretação da História de Coimbra e o Museu da Cidade, e instalar em Coimbra o Polo Europeu do Museu da Língua Portuguesa são outras das propostas presentes neste eixo.

O livro da candidatura prevê, ainda, vários investimentos em infraestruturas “culturais” até 2027.

Para Luís de Matos, este momento da apresentação do livro da candidatura “culmina três anos e meio de trabalho do grupo, de reflexão, de audição e de partilha, com um enorme entusiasmo por parte de todas as forças vivas da cidade, dos cidadãos, da região e de todas as pessoas que se juntaram a nós”.

O presidente da Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra, Emílio Torrão, considerou o projeto “visionário, porque, efetivamente, a cultura é como o rio que nos une: pode trazer uma identidade muito importantes a esta região e afirmar aquela área metropolitana como uma grande capital, na singularidade de cada um dos municípios”.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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