As câmaras de Coimbra, Anadia e Condeixa-a-Nova assinaram, na sexta feira, um protocolo de colaboração com o Turismo Centro de Portugal (TCP) que visa acelerar o processo de certificação do Caminho Português de Santiago neste território, uma medida que é fundamental para a desejada classificação como Património da Humanidade.
De acordo com o presidente do TCP, Pedro Machado, estes caminhos são percorridos todos os anos por meio milhão de peregrinos, com as mais diversas motivações, a quem é necessário “dar garantias quer de segurança, quer de serviços que são imprescindíveis para que esses caminhantes o possam fazer em total segurança e que fiquem também com uma boa imagem e uma boa experiência daquilo que é o Centro de Portugal”.
“Estamos a falar em 203 quilómetros que é a distância que percorre o Centro de Portugal, em mais de 20 municípios”, disse, enaltecendo a grande diversidade que o Centro de Portugal oferece. “São 203 quilómetros que, seguramente, aproximam natureza com património, gastronomia com cultura, turismo ativo com paisagens deslumbrantes”, acrescentou Pedro Machado, destacando que, apesar do processo de certificação ser uma competência do TCP, é fundamental “esta rede com os municípios, que são os gestores dos territórios”.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, enalteceu a mais valia que os Caminhos de Santiago representam para Coimbra e para a região. “Simbolicamente é muito importante mas também o é materialmente e economicamente”, disse, explicando que este é um protocolo que visa “valorizar a mensagem que os Caminhos de Santiago têm, aquilo que representam não apenas no que ao longo dos tempos deram para organizar Portugal mas também para promover o encontro das pessoas nas comunidades grandes e nas pequenas, o acolhimento e a boa vizinhança”.
Destacou também o “papel histórico de enorme importância” que têm vindo a desempenhar ao longo dos tempos, sendo um “bem imaterial” que vai “melhorar a atividade socio-económica e a qualidade de vida das pessoas no Centro de Portugal”.
O protocolo agora assinado visa acelerar a certificação e dinamização do Caminho de Santiago nestes três municípios, tendo sido já estabelecido acordo idêntico, no ano passado, com outras autarquias que também fazem parte deste Caminho, nos seus itinerários Caminho Central e Via Portugal Nascente, dois percursos que atravessam o território do Centro de Portugal.
De referir que os Caminhos Portugueses de Peregrinação a Santiago de Compostela foram inscritos na lista indicativa de Portugal a Património Mundial da Unesco em maio de 2016. Para que esta classificação seja concedida, os Caminhos necessitam da certificação. O Decreto-Lei n.º 51/2019, de 17 de abril, veio regular a valorização e promoção do Caminho de Santiago, através da certificação dos seus itinerários.
A associação de peregrinos Via Lusitana é parceira nesta certificação. Durante o processo de certificação em curso, foram identificadas as várias etapas dos itinerários, com indicação de início, fim e extensão de cada uma, assim como da sua altimetria, grau de dificuldade e tipo de uso. A disponibilização de equipamentos de apoio aos peregrinos, incluindo locais para dormir, locais para preparar ou servir refeições e tomar banho, desejavelmente a cada 20 quilómetros, bem como pontos de descanso com sombra, dotados de água potável, desejavelmente a cada 10 quilómetros, são alguns dos critérios exigíveis para a certificação dos itinerários.