A Câmara Municipal de Coimbra quer estender a rede de ciclovias entre o Açude-Ponte e Bencanta, de forma a contemplar vários polos do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e potenciar a utilização de soluções de mobilidade suave por parte, sobretudo, dos estudantes.
O estudo prévio, aprovado na reunião do executivo de segunda feira, prevê a implementação de mais 1,3 quilómetros de ciclovia na cidade, num percurso que irá interligar as residências em S. Martinho do Bispo, a Escola Superior Agrária e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração. A autarquia recorda que o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, no Vale das Flores, e as residências da Quinta da Nora já têm ciclovia nas proximidades e adianta que vai também analisar, posteriormente, uma ligação até à Escola Superior de Educação de Coimbra. Estes projetos foram articulados entre o presidente da autarquia, Manuel Machado, e o presidente do IPC, Jorge Conde.
Com a criação deste troço da ciclovia, o Município visa promover o uso da bicicleta ou outro meio de mobilidade suave, contribuindo assim para a estratégia de “criar uma cidade mais saudável e sustentável”.
Este novo troço vai ter início no Açude-Ponte, na margem esquerda, seguindo em canal dedicado em direção à rotunda do Almegue. Seguirá, depois, utilizando parte da via já existente, que constitui um troço abandonado da antiga N 341, sendo posteriormente analisada, em função do sucesso da ciclovia junto de potenciais utilizadores, a viabilidade da construção de uma passagem superior ciclável, paralela à N 341, que evite a partilha com viaturas automóveis nestes 100 metros. Já no cruzamento para as passagens inferiores rodoviárias sob a linha férrea e a N 341, os ciclistas poderão optar por passar sob a N 341 e dirigirem-se para a Escola Superior Agrária ou seguirem para o troço da ciclovia paralelo à N 341. Este troço dará acesso às passagens superiores para peões da Escola Superior Agrária e de Bencanta, que serão alteradas, com a introdução de calhas nas escadas que permitam a circulação das rodas das bicicletas, facilitando a sua ascensão.
A ciclovia de Bencanta será, maioritariamente, em faixa ciclável exclusiva ou partilhada com percursos pedonais existentes. Uma vez que a ciclovia se implanta em terrenos adjacentes a estradas nacionais, propriedade da Infraestruturas de Portugal, SA., os serviços municipais sugeriram que o estudo prévio fosse enviado a esta entidade para emissão de parecer.
Este novo projeto vai permitir a ligação ciclável do polo de Bencanta do IPC ao Açude-Ponte, onde confluem vários troços da rede de ciclovias de Coimbra, nomeadamente em direção à margem direita (estação ferroviária Coimbra B) e em direção à Avenida de Conimbriga (prolongando-se até ao Parque Verde do Mondego, Vale das Flores e Portela), o que permite a realização desta interligação entre os vários polos do IPC.
No Açude-Ponte está, ainda, prevista a ligação a um novo troço de mais 11 km de ciclovia que seguirá pela margem esquerda do rio Mondego até à Figueira da Foz. Este percurso, aprovado pelo executivo municipal em fevereiro, vai seguir junto à Estrada do Campo, até ao limite do concelho com Montemor-o-Velho, onde se irá ligar ao restante percurso ciclável até à costa atlântica na Figueira da Foz, numa extensão total de cerca de 46 km. Este projeto faz com que Coimbra fique com cerca de 32 km de ciclovias interligadas entre si.
De referir que, atualmente, já é possível fazer uma viagem, praticamente ininterrupta e em segurança, desde a estação ferroviária de Coimbra B até ao Vale das Flores e à Portela. Ao todo, são já 20 km de uma rede que está a valorizar a paisagem urbana da cidade, colocando ao usufruto da população local panoramas até aqui desconhecidos. Estes projetos representam um investimento superior a 2,2 milhões de euros, incluído no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) e financiado por fundos comunitários. Trata-se de uma forte aposta que a autarquia faz para potenciar a utilização da bicicleta para lazer, mas também nas deslocações casa-trabalho e casa-escola, em detrimento da utilização do transporte individual motorizado, com a consequente redução de emissões de gases carbónicos, garantindo ainda os níveis elevados de segurança rodoviária. Nesse sentido, está também a instalar 83 postos de parqueamento de bicicletas na envolvente da rede de ciclovias municipais e pelos principais locais de destino das viagens. O projeto engloba, ainda, a colocação de cinco oficinas de self-service.