Libertar a Alta universitária e o centro histórico do trânsito automóvel continua a ser uma preocupação da Câmara de Coimbra e da Universidade que, nesse sentido, procederam hoje a várias alterações a nível do tráfego e do estacionamento com o intuito de promover a circulação pedonal nesse território.
As alterações começaram na Alta, no Largo Marquês de Pombal, que está agora fechado ao trânsito, funcionando apenas como espaço de largada de passageiros dos autocarros turísticos que chegam ao Pólo I da Universidade de Coimbra (UC). É aí que, a partir de hoje, param todos os autocarros deixando os turistas naquela área fronteiriça ao Museu da Ciência e ao Colégio de Jesus, monumento para onde a UC transferiu os serviços do posto de turismo que tinha na Biblioteca Geral, nomeadamente a bilheteira e a loja de recordações.
Durante a visita ao local, o presidente da Câmara, Manuel Machado, explicou que, tratando-se de uma “área tão especial como é o ‘coração’ de Coimbra, qualquer alteração é importante”, deste que tenha em vista o “uso e a fruição pública das vistas e dos monumentos”. Considera que a alteração introduzida vem beneficiar a cidade de várias formas, primeiro porque aposta “na diminuição da pressão automóvel no centro da cidade”, libertando a Rua Larga que era “indevidamente ocupada”, mas também porque direciona os autocarros turísticos para pontos centrais de Coimbra – com os espaços de estacionamento a localizarem-se na Ínsua dos Bentos, junto ao Parque Manuel Braga, e na Rua António Olaio, junto à Loja do Cidadão –, fazendo com que os turistas visitem a Universidade mas atravessem também o centro histórico, passando pelo Quebra Costas, Sé Velha e Baixa, desfrutando do património mas dinamizando também o comércio.
“Há aqui um investimento na preservação do património mas também na dinamização da atividade económica. Todos estes trabalhos são associados também a um investimento global de cuidar do espaço público”, sublinhou o presidente, acrescentando ainda que todas estas alterações visam “melhorar a qualidade de vida, o conforto e o respeito pelo património”, sendo certo que todos os passos serão desenvolvidos em “estado de observação”, de forma a ir melhorando até que “seja perfeito”.
O reitor da UC, Amílcar Falcão, sublinhou também que este é “o início de um processo para, com o apoio da Câmara, retirar tanto quanto possível, os automóveis e o tráfego do Pólo I, por questões ambientais, de defesa do património e, também, do aumento da qualidade de vida” na zona.
Condena a “desregulação” de que tem sido alvo a Alta, em particular a forma como a Rua Larga tem sido usada de forma intensiva por autocarros, rua que passa a ser agora pedonal, tendo acesso apenas a autocarros dos SMTUC e veículos de emergência. “Iremos caminhar progressivamente para termos toda a zona histórica pedonal, sem carros. Temos que encontrar alternativas para o estacionamento. Esse é o passo seguinte, a Câmara está a trabalhar connosco nesse sentido e esperamos que possa estar resolvido no máximo dentro de um ano”, sublinha.
Amílcar Falcão considera que esta mudança traz benefícios para toda a cidade, “proporcionando o maior fluxo de turistas e aumentando o seu movimento e permanência” em Coimbra, “promovendo a cidade como um todo”.
Para além desta alteração, foram introduzidas também outras a nível do trânsito, com a reabertura das requalificadas ruas dos Coutinhos, do Colégio Novo, da Fonte Nova e Joaquim António de Aguiar. Durante a visita às obras, que contou com a presença de representantes do Município e da Universidade, Manuel Machado destacou ainda a alteração efetuada na Rua da Alegria e que visa também retirar o tráfego do centro histórico. Assim, a partir de hoje, há uma inversão no sentido da circulação na Couraça da Estrela, entre o Largo da Portagem e a Rua da Alegria, passando a realizar-se de forma ascendente, de modo a reduzir o tráfego de atravessamento da Alta Universitária.
Estas intervenções integram-se na estratégia global de requalificação de vias que a Câmara de Coimbra tem em curso e onde estima investir mais de quatro milhões de euros para melhorar a mobilidade pedonal e renovar as infraestruturas da zona histórica.