O Café Santa Cruz abre a “Sala número 50” do Museu do Turismo, a segunda localizada em Portugal. É, assim, o primeiro Café Histórico a estar presente com uma Sala no Museu do Turismo, um projeto internacional que assenta numa plataforma virtual, sem fins lucrativos, que visa “honrar a história do turismo”.
Esta exposição dedicada à história da cidade de Coimbra e do estabelecimento vai poder ser visitada presencialmente no emblemático café, a partir de segunda feira, 19 de abril, mas também nas plataformas digitais do Museu do Turismo.
“Depois da atribuição, em outubro de 2020, do 1.º prémio da E.C.T.N. 2020 (Winners of the Destination of Sustainable Cultural Tourism Awards 2020 – ETC Corporate (etc-corporate.org) na categoria de ‘Transnational Thematic Tourism Products’ foi possível encarar o futuro, passada que estava a segunda vaga da covid-9, com otimismo”, recorda a gerência. Contudo, o novo confinamento este ano levou, mais uma vez, ao encerramento de praticamente todas as atividades económicas e levou ao adiamento de alguns projetos, como sucedeu com este.
“Esta Sala é um forte contributo para perspetivarmos um melhor futuro, principalmente através da retoma económica. Mas também desejamos que esta retoma seja igualmente cultural, social e humana”, realça a gerência do emblemático café.
O Café Santa Cruz está instalado na antiga Igreja de S. João de Santa Cruz, em Coimbra, num edifício construído por volta de 1530 para ser utilizado como igreja paroquial mas que, ao longo da sua história acolheu diversas funções. O edifício foi classificado como Monumento Nacional em 11 de outubro de 1921 e o Café-Restaurante foi inaugurado a 8 de maio de 1923.
A exposição está no interior do Café e foi preparada ao longo do segundo confinamento, que decorreu de 15 de janeiro a 4 de abril. Para já, mantêm-se as restrições, com a proibição da entrada de pessoas nos estabelecimentos de restauração e cafetarias, mas a partir de segunda feira espera-se que possa ser já visitada.
A exposição começa com uma cadeira de 1923, uma peça original do Café Santa Cruz. Segue-se um conjunto de fotografias que ilustram vários momentos, desde a queda da Torre de Santa Cruz (1935), a Queima das Fitas (1940), a intervenção na Praça 8 de Maio (1995) ou fotos que retratam as transformações do edifício onde está o Café Santa Cruz (século XIX e XX). Encontram-se ainda expostas as primeiras plantas de alteração da fachada do edifício do Café, que datam de fevereiro de 1921. Há ainda uma planta da Praça 8 de Maio, na altura Largo de Sansão, datada de 1796. A fechar este espaço museográfico encontra-se um marco do Mosteiro de Santa Cruz (século XVII) que servia para limitar a propriedade pertencente aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, os Crúzios.
O Café Santa Cruz explica que o “Museu do Turismo” é uma iniciativa sem fins lucrativos, que “pretende divulgar a história do turismo e, deste modo, honrar todos os antepassados (os profissionais e as empresas) que nos permitiram receber este legado”.
Em relação ao futuro, a gerência realça que a covid-19 é “mais um desafio que o Café Santa Cruz enfrenta desde que abriu portas em maio de 1923” e assegura que este estabelecimento histórico se vai manter “vivo, dinâmico, criativo e vai, certamente, deixar um legado histórico, patrimonial e cultural para as próximas gerações”.