Todos os caminhos vão dar a Condeixa para degustar a gastronomia daquele concelho. Além do cabrito, que é o “rei” da mesa, é possível acompanhar e apreciar esta iguaria bem típica com os vinhos Terras de Sicó e para terminar a refeição pode saborear a escarpiada, a sobremesa tradicional. Até domingo tem a possibilidade de sentir uma verdadeira “explosão e combinação de aromas e sabores”, confecionada por mais de uma dezena de restaurantes
Por estes dias, o concelho de Condeixa-a-Nova dá a oportunidade de apreciar nos 16 restaurantes aderentes, por um custo único de 15 euros, tudo o que tem de melhor para oferecer, uma verdadeira explosão de sabores da entrada à sobremesa. A começar pelo cabeça de cartaz, o cabrito, e pela bebida, sugerindo-se os vinhos Terras de Sicó, segue-se a sobremesa típica daquela região, as escarpiadas, confecionadas à base de massa de pão, açúcar amarelo, azeite e canela, produzido por várias padarias do concelho
Esta é a nona Semana do Cabrito, uma iniciativa com que a autarquia pretende valorizar a gastronomia e dinamizar a economia local. “Queremos trazer pessoas a Condeixa, a conhecerem a nossa gastronomia e a preservar criação do nosso cabrito”, disse ao “Despertar”, o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita.
Segundo o autarca, o Município oferece uma dezena de cabritos a cada restaurante e 25 escarpiadas diárias para que as pessoas “possam degustar a nossa iguaria a um preço mais acessível e com um serviço de qualidade”.
No final da refeição, os comensais recebem um brinde, um pequeno saleiro e pimenteiro, e “são convidados a preencher um pequeno formulário”, fazendo assim uma avaliação pessoal da qualidade do prato degustado de forma a eleger o Cabrito de Ouro, uma iniciativa da Câmara Municipal para galardoar o restaurante que, durante a Semana do Cabrito, conquista o paladar de um maior número de visitantes. O vencedor da última edição (2019) foi o restaurante “O Filipe”, situado em Sebal, e que este ano volta a integrar este evento.
“É uma forma de incentivar a participação dos restaurantes e os próprios clientes a virem degustar a gastronomia da região”, refere Nuno Moita, indicando que o prémio fica em exposição no restaurante vencedor até à edição do ano seguinte.
A decorrer desde a semana passada e até este domingo, Nuno Moita avança que a iniciativa “está a correr bem, com os restaurantes cheios”, sendo que este evento “já começa a ser uma referência na nossa região”.
O cabrito de Condeixa, que tem estado nas mesas dos restaurantes, é assado no forno, com a particularidade de ter um tamanho mais pequeno do que o normal, além da receita única tradicional e do cunho pessoal de cada chefe, “mas o segredo fica em quem o confeciona”, deixa no ar o presidente.
Produção de cabrito não é suficiente
Os cabritos que estão a ser apreciados “não foram todos criados nas Terras de Sicó, porque não há produtores suficientes, mas os que são, pastam naquela a que chamamos de “erva de Santa Maria”, que dá o sabor especial à carne e que tem contribuído para distinguir o Cabrito à Moda de Condeixa”, desvenda Nuno Moita ao indicar que há meia dúzia de produtores de cabrito na região.
A realização da Semana do Cabrito, acrescenta, pretende também apelar à certificação “e tem sido feito algum trabalho nesse sentido, mas não temos produtores suficientes para cobrir todo o evento”.
“As superfícies que nos fornecem o cabrito não conseguem comprar tudo aos produtores locais, mas tem sido realizado este trabalho de apoio à certificação de produto”, disse o autarca ao revelar que o projeto da criação do Mercado de Gado Terras de Sicó, localizado em Penela, servirá também os produtores de Condeixa, “prevê-se estar concluído até 2023”.