Decidi celebrar, não celebrando,
A quadra natalícia habitual.
Ao teu colo sentei-me… e então foi quando
Me aconteceu deveras o Natal.
É que, Mãe, tem nevado, não nevando,
Como descreve o Sábio genial.
Por isso te prefiro me embalando,
Ao som de um mero cântico banal.
Não julgues ser blasfémia o que te digo;
Porém, Natal é mesmo só contigo
Que o sinto e não nas luzes cintilantes.
Que o meu presépio é feito de Utopia,
Em vez de uma lareira em noite fria,
Igual àquele que, Mãe, me davas dantes!