O Barro Preto de Olho Marinho é o primeiro a obter a certificação, processo que terminou com a entrega do certificado ao artesão Fernando Correia. Promovida pelo Município de Vila Nova de Poiares, trata-se da primeira certificação no país no que diz respeito a olaria preta e um dos 16 primeiros produtos nacionais de artesanato a receber o selo de autenticidade da ‘A.Certifica’, o único organismo que se dedica à certificação de produções artesanais tradicionais.
“Com este processo é possível garantir a qualidade e a autenticidade da produção artesanal da olaria de Barro Preto de Olho Marinho, o que lhe confere valor e, consequentemente, pode ser um contributo para que esta arte continue viva no nosso concelho, afirmando-se como um dos ex-libris do nosso património material e imaterial”, realça o presidente da Câmara, João Miguel Henriques. Acrescenta, ainda, que a etiqueta número 1 certificando que se trata de uma peça de Barro Preto foi, “como não podia deixar de ser, atribuída a um caçoilo, instrumento imprescindível nas cozinhas, nomeadamente por ser nele que é confecionado o prato de excelência da gastronomia de Vila Nova de Poiares, a chanfana”.
A autarquia recorda que, neste momento, está também em curso um processo de certificação de outra unidade de produção artesanal relacionada com o Barro Preto, nomeadamente a oleira Judite Pereira, artesã do Centro Difusor de Artesanato da Associação de Desenvolvimento Integrado de Poiares, e que a par de Fernando Correia são as únicas pessoas que se dedicam a esta arte no concelho.
Para João Miguel Henriques, “a certificação vem reforçar a identidade local através da valorização e requalificação dos recursos endógenos, proporcionando a dinamização de atividades de promoção e divulgação em torno do património local (seja ele material, imaterial ou gastronómico), e afirmando-se como a impulsionadora da recuperação, requalificação e desenvolvimento da atividade artesanal”.