11 de Outubro de 2024 | Coimbra
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Baixa reinventa-se para tentar manter dinamismo no Natal

6 de Novembro 2020

Manter a Baixa de Coimbra com vida e novos atrativos nestes últimos meses do ano é o grande desafio da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC). Nestas duas semanas o destaque vai para o evento “Castanha e Companhia”, que junta 36 estabelecimentos de setores diversificados e que pretende mostrar toda a grande diversidade de oferta que existe neste “centro comercial a céu aberto” situado no “coração” de Coimbra.

Começou ontem a “Castanha e Companhia”, iniciativa que decorre em 36 estabelecimentos da Alta e da Baixa da cidade e que desafia também os restantes estabelecimentos do centro histórico a darem a conhecer a sua oferta. Promovido pela APBC, este evento aproveita a época de S. Martinho para convidar as pessoas a visitarem a Baixa e a (re)descobrirem todo o potencial que esta área reúne, a nível comercial mas também patrimonial e de lazer.

O tema é, como explica Assunção Ataíde, presidente da APBC, muito abrangente. “Pega na castanha ou no castanho” e serve de mote para um conjunto de iniciativas diversificadas, como atividades culturais, bebidas e doçaria, moda e acessórios, restauração e saúde e beleza. Este programa, que decorre em dois períodos – de ontem a amanhã e na próxima semana, de quinta a sábado – desafia todos a “explorar os produtos outonais do comércio tradicional”.

“Queremos alargar cada vez mais o âmbito dos nossos eventos, que o comércio seja acarinhado e que as pessoas desfrutem da sua vinda à Baixa e da variedade que esta oferece”, realça Assunção Ataíde.

A nível cultural, o destaque vai para as Oficinas de Cantorias, pela Academia Fora da Caixa; para os workshops “Vem fazer castanh@s e companhia em cerâmica”, pelo Atelier 13; e para a iniciativa “São Martinho na Quinta do Falcão” – Passeio a Tomar: Visita, almoço & magusto, pelo Quebratour. Nas bebidas e doçaria, os estabelecimentos aderentes privilegiam as castanhas e as bebidas da época (como a jeropiga e o licor de castanha) e outras sugestões inovadoras, como o gelado de castanha. Na moda e acessórios, os estabelecimentos propõem descontos e ofertas especiais. Na restauração, a aposta vai para os sabores da época, onde não faltam as ementas com castanhas, fruto que inspira também as sobremesas. Na saúde e beleza há também descontos e sessões de saúde.

Natal com novos desafios

Esta iniciativa pretende animar o “coração” da cidade neste mês que antecipa o do Natal. Assunção Ataíde congratula-se com a adesão crescente que se tem verificado nas ações promovidas pela APBC, bem como com o “aumento no número de associados”, o que significa que “os comerciantes se começam a aperceber que quantos mais formos mais força teremos”.

Com o Natal à porta, são muitas as incertezas e também desafios que se colocam. A Câmara já anunciou a antecipação e reforço na iluminação e a APBC está a preparar algumas iniciativas para animar esta quadra, salvaguardando a segurança necessária neste cenário de pandemia. “Claro que vamos fazer um Natal especial, apostando mais no online. Vamos construir uma pequena história onde aparecerão todos os estabelecimentos comerciais e estamos a avançar com o projeto ‘Marquise’, em que um grupo de ilustradores vai desenhar algumas lojas que se candidataram”, explica a presidente, assegurando que “todos os dias pensamos naquilo que podemos fazer amanhã para tornar a Baixa mais atrativa”.

Assunção Ataíde deixa também um apelo a todos para que, nesta quadra festiva, escolham o comércio tradicional para realizar as suas compras. Convida-os a “virem para o ar livre, para este espaço a céu aberto e mais saudável, onde encontram uma grande variedade de oferta”. Lembra que é “preciso apoiar o comércio local, os pequenos negócios, que não têm a sustentabilidade financeira dos grandes grupos e que, sem esta ajuda, podem ‘morrer’ pelo caminho”.

O mesmo apelo fez Orlanda Duarte, também da Direção da APBC e gerente da Pastelaria Briosa. Assume que os comerciantes estão “muito apreensivos e expectantes em relação a este fecho de ano”. A época de Natal é sempre atrativa e de maior movimento mas, no atual contexto, assume que “é difícil perceber o que é que vai acontecer”.

“Os últimos meses têm sido difíceis, no geral todos registámos quebras mas digamos que não foi assim tão destrutivo como em certa altura tememos. Ainda conseguimos trabalhar alguma coisa no verão, conseguimos recuperar daquela primeira fase de confinamento mas, neste momento, estamos a sentir uma quebra muito acentuada”, lamenta. A proibição da circulação entre concelhos no fim de semana teve reflexos muito negativos na Baixa, que ficou deserta. “As pessoas ficaram com mais medo com estas medidas. Na Baixa sentimos que houve um afastamento enorme. As pessoas optaram por ficar em casa e ficámos sem clientes e sem gente na rua”, explica.

Espera que regressem novamente e deixa uma mensagem de incentivo e esperança a todos os comerciantes, para que continuem de “espírito aberto, sempre de cabeça erguida e com força para continuar a lutar”.

“Temos que programar o nosso Natal com algumas reservas é certo mas fazendo o que sempre fizemos – apostar num bom produto, num bom serviço e conseguir chegar às pessoas mesmo que elas não consigam chegar tanto a nós”, alerta.

Há, portanto que inovar e adaptar-se a estes novos tempos o que, em muitos casos, passará por encomendas online e entregas ao domicílio. “Temos que nos adaptar para sobreviver e para assegurar os empregos aos nossos funcionários”, sublinha, explicando que muitas destas empresas (como é o caso da que dirige) têm equipas de longos anos. “Não podemos defraudar aqueles que estão connosco. Fazemos questão de lutar por nós e por eles para que possamos todos sobreviver a tudo isto e voltar ao normal”, termina.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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