Sou ilha de arquipélagos vazios.
Janela por abrir de par em par.
Percursos onde já passaram rios.
Navios que cruzaram o alto mar.
Sou manta de retalhos feita em fios.
Um corvo que não pode crocitar.
Um homem de contactos fugidios.
Um vate que ninguém sabe citar.
Uma vogal que não formou ditongo.
Um livro indesejável de tão longo.
A frase proferida por um louco.
Um velho de bengala sem família.
A casa sem paredes nem mobília…
– E sou mais, muito mais, porém tão pouco!