Nem todos os crimes são do foro psíquico, mas antes de indivíduos criminosos natos, que andam pelo Estado e pelas autarquias, os mais ousados, ou de hábitos adquiridos, mórbidos, sempre muitos ficam por esclarecer pela discrepância ou a exegese dos textos da lei.
Vive-se, tantas vezes, períodos conturbados de mal estar social em que o crime se escreve em todos os capítulos.
A virtude da justiça estabelece-se sobre uma relação do imediato, da honestidade em julgar, sem delongas, com a relação de proximidade no tempo e no espaço, ou seja, pela instituição do Direito, não ferindo o lesado mas punindo o criminoso no adágio latino: “suum cuique tribuere”, a cada qual o que é seu.
Há uma visão dantesca ou regressiva que nos deixa, tantas vezes, atónitos com a criminalidade do dia a dia, de agentes do crime organizado sem o carácter intersubjetivo da responsabilidade.
Mata-se. Rouba-se. Executam-se mil maneiras dos cidadãos que cumprem os seus deveres cívicos.
Deixámos há muito de ser um país de brandos costumes ou de santa beatice e surgiu uma onda imensa de crimes multifacetados, uma bizarra universalização do crime num constante atentado à lei.
É preciso num todo orgânico algo regido por leis intrínsecas que, sem desvios, faça combate ao mal, ao hediondo, e deixar-se as metáforas que tornam inteligível as normas legislativas, muito embora sejam “bonitos” os usos metafóricos de certos nomes pomposos em leis muito bem enfeitadas e sem rigor prático.
Os criminosos corrompem tudo, sistemas numa onda maquiavélica, e há que fazer justiça com o merecido castigo…