O novo ano traz consigo ajustes nos preços que moldarão o dia-a-dia da população. Mudanças nos salários, nos serviços básicos e nas políticas fiscais são algumas das áreas que podem ser impactadas, desafiando os portugueses a uma gestão cuidadosa dos recursos diante destas alterações.

1. Aumento no salário mínimo nacional e na função pública. Em Janeiro de 2024,o Salário Mínimo Nacional terá um acréscimo de 7,8%, elevando-se dos atuais 760 para 820euros. Paralelamente, a Função Pública terá um incremento salarial de cerca de 3%.

2. Actualizações nas pensões, subsídio de desemprego e indexante dos apoios sociais. Prevê-se um aumento entre 5% e 6% nas pensões, variando conforme o montante recebido. Além disso, estão programadas alterações no valor mínimo da pensão social no regime não contributivo. Também os beneficiários do subsídio de desemprego podem antecipar um aumento, como valor mínimo a subir dos atuais 552 euros para cerca de 585 euros, representando um acréscimo de 33 euros. Além disso, o valor máximo do subsídio de desemprego aumentará para cerca de1.273 euros. Já o Indexante dos Apoios Sociais (IAS),utilizado como referência para calcular pensões e prestações sociais, terá um aumento de 6%, atingindo os 509,26 euros.

3. Mudanças no IRS jovem, abono de família e outros. O IRS Jovem passará por modificações favoráveis, oferecendo isenção total no primeiro ano e reduções progressivas nos anos subsequentes. Haverá também ajustes nos limites de isenção. O abono de família, que abrange até ao 4.ºescalão de rendimentos, apresenta mudanças, com destaque para o 1.ºescalão, onde o montante para crianças até aos três anos será de 183,03 euros, enquanto para crianças e jovens com mais de três anos será de 72 euros. Outras alterações incluem o subsídio de funeral, fixado em 254,63euros (50% do IAS), e o aumento da majoração do abono de família para crianças e jovens de famílias numerosas, com um acréscimo de 22 euros(33 euros para famílias monoparentais) em todos os escalões. A partir de janeirode 2024, as prestações por deficiência e dependência variam entre 71,10euros e 138,61 euros, dependendo da faixa etária do titular. O subsídio por assistência de terceira pessoa será de 122,90euros.O Complemento Solidário para Idosos irá atingir um máximo de 550,67 euros por mês, um acréscimo de 62,45euros em relação ao ano anterior. O subsídio de doença diário terá um aumento mínimo de4,8 euros, chegando aos5,09 euros. O subsídio de morte, destinado aos familiares do beneficiário, será de 1527,78 euros (3vezes o IAS).

4. Aumentos nos produtos e serviços básicos. A partir de 1 de fevereiro, os consumidores das principais operadoras de telecomunicações, como MEO, NOS e Vodafone, enfrentarão novos aumentos nos preços dos serviços. Prevê-se um acréscimo médio de4,6% nas faturas de telecomunicações. A eletricidade no mercado regulado terá um aumento médio de3,7% a partir de janeiro. Carne, ovos e café também estão na lista de produtos que podem ficar mais caros em 2024,com aumentos mínimos de 6%.

5. Transportes e impostos sobre veículos. Os passes de transportes públicos permanecerão congelados, mas bilhetes individuais terão aumentos. As portagens sofrerão um ajuste médio de 2,04%, enquanto alguns veículos sofrerão aumento no Imposto Sobre Veículos (ISV) e Imposto Único de Circulação (IUC). A CP anunciou aumentos médios de 6,25%nos serviços Alfa Pendular e Celta. Os táxis também não escapam, com um aumento de 4,6% nas tarifas a partir de Janeiro.

6. Mudanças fiscais para empresas. Empresas terão flexibilidade no pagamento de salários, com a possibilidade de isenção de IRS e TSU para salários até 4.100 euros. Incentivos fiscais para aumento salarial e redução na taxa de IRC para start-ups são destaque.

7. Alterações nos custos de saúde empresarial. Prevê-se um aumento de aproximadamente10% nos custos com planos de saúde empresarial em 2024.

8. Impostos sobre tabaco e álcool. Impostos sobre tabaco terão um aumento significativo, visando desencorajar o consumo. Bebidas alcoólicas e refrigerantes também enfrentarão incrementos, contribuindo para políticas públicas e o combate às alterações climáticas.

9. Mudanças no mercado imobiliário. O mercado de arrendamento pode estabilizar-se, com aumentos autorizados nas rendas. Os senhorios podem subir as rendas até 6,94%, com base no indicador da inflação. O subsídio de renda para famílias com uma taxa de esforço superior a35% também terá um aumento de 4,94%.