Espero que ao lerem este meu texto o enquadrem por Cravos de Abril. Acredito sempre num Futuro Melhor, florido, e tenho uma consideração elevada por todos aqueles que em diversas latitudes, fases e datas, ajudaram a construir ABRIL. Foram os militares os construtores da Revolução, mas antes, a Academia de Coimbra, os integrantes de organizações políticas de um modo geral ou quase total clandestinas, a imprensa progressista, cantores de intervenção foram exemplos de protagonistas que nos conduziram ao 25 de abril de 1974. Foi um dia glorioso para a maior parte, mas houve quem receasse os tempos próximos que foram difíceis, por exemplo, para quem tinha a sua vida organizada nas antigas colónias. Também aqueles que estavam ligados ao regime derrubado, e com um papel importante, recearam pelas suas vidas naquela manhã clara e bela. O 25 de abril não chegou com uma certeza e total definição a todos ao mesmo tempo. Porém, ao interiorizar-se no coração dos portugueses e no território, houve uma onda de alegria generalizada e pujante de emoção. Pouco tempo depois já se esfumava a unanimidade nessa desejada alegria que tinha sido benquista a qual nos podia levar ao PROGRESSO almejado. Na sua recente crónica, no Diário de Coimbra, abordando a alvorada de abril, o memorialista ANTÓNIO JORGE LÉ que me honra com a sua amizade, escreveu, a propósito desta euforia que trouxe a Revolução, que “ERA A LIBERDADE A UNIR AS PESSOAS E NÃO A DIVIDI-LAS”. Felicitei-o pelo texto e especialmente por esta frase, referindo que a minha mágoa é observar que houve e há portugueses a dividirem-se perante superiores objetivos do supremo interesse de Portugal. Lamento. Vi divisões magoantes pouco tempo após ABRIL. E ainda é assim em cidades, é quase assim no país. Por isso continuo a pedir que enquadrem este meu texto e as vossas vidas por CRAVOS DE ABRIL abrindo-os à Fraternidade e ao Progresso de Portugal.
COIMBRA DE CAPA E BATINA
Após ABRIL fiquei triste com algumas personalidades que quiseram acabar com o Fado e com a Canção de Coimbra, com as Tradições Académicas, com o Cortejo da Queima. Na minha área profissional procurei sensibilizar para a singularidade da Academia de Coimbra, para a importância de não destruírem a tradição de séculos, embora admitisse a sua adaptação aos tempos atuais. Alguns conseguiram extinguir a Secção de Futebol da Académica que teve de se mudar para Clube Académico de Coimbra deixando as instalações no rés do chão da Rua Padre António Vieira, perdendo-se uma singularidade futebolística que impressionou o país e até teve repercussões no estrangeiro. O Cortejo da Queima regressou, anos depois, com MALÓ DE ABREU como presidente da Direção Geral da Académica. Fizemos a reportagem radiofónica do reatar do Cortejo e na zona da Praça da República houve um ou dois carros molestados. Atos vis por pessoas camufladas que não obstaram ao êxito que a cidade e a Academia mereciam. E reconquistaram. Porque afinal havia FUTURO e BOM SENSO. Regozijo-me por ver o Conselho de Veteranos a dinamizar, atualmente, uma SEMANA DA CAPA E BATINA e ter o novo MUSEU ACADÉMICO ativo. Assim, sim, é ABRIL. Progresso e Tradição.
“CHARME” MUSICAL de ANTÓNIO SILVA e NUNO CASTELHANO
ANTÓNIO SILVA e NUNO CASTELHANO subscrevem um novo projeto musical intitulado SÚNAPSIS. Tenho uma admiração intensa por esta dupla. Tiveram a gentileza de me enviarem, do novo CD que conta com o apoio do Fundo Cultural do Sociedade Portuguesa de Autores, o primeiro single/videoclip com o título CHARME. Podem escutar aqui em https://youtu.be/RQacNN4ut7U.
Este novo CD vai estar disponível em julho.
Anotem, leitores, na vossa agenda, a compra deste CD em julho. Combinado? A não perderem de ouvido porque esta dupla tem muito… charme musical.