29 de Abril de 2025 | Coimbra
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Martinho

A IMPRETERÍVEL REFORMA DO SER HUMANO – III

4 de Abril 2025

A tendência nata do homem, a sua ânsia de expansão violenta ou insidiosa chegaram aos nossos dias e projetam-se com maior expressão no Médio Oriente e no nordeste da Europa, dando continuidade aos genocídios religiosos, por capricho ou disputas territoriais contra países consolidados, pacíficos, ou votam as populações ao ostracismo, à inumana situação de errantes, sem pátria nem lar- apátridas.

A instintividade do homem, adaptada às condições de vida e influenciado pelo meio ambiente impulsiona-o para a perseguição e extermínio, com apoio no poder político instituído, que encoraja a maioria a destruir as minorias étnicas, por razões ideológicas, de oportunismo, de homogeneidade cultural do Estado ou até de componentes religiosos, quando as maiorias e os seus líderes não admitem a divergência.

Merecem reflexão muito séria alguns dos ensinamentos fundamentais do humanismo, estabelecendo que os seres vivos participam todos da mesma essência interior. Quem inflige dor a outro, inflige-a a si próprio; quem mata outro, mata algo de si próprio. Dessa constatação emerge o compromisso de os seres humanos praticarem a piedade e a empatia universais. Ensinamento este que é aplicável a todos e regista uma estreita afinidade com o núcleo das doutrinas orientais, expressas nos antigos livros sagrados da Índia e no budismo.

O humanismo, nos nossos dias, como consequência de uma crise mais geral de fundamentação dos saberes, conduz-nos a uma tendência para procurar no desenvolvimento parcelar e analítico das ciências humanas uma resposta para o sentido do humano. Só na medida, porém, em que esses saberes positivos forem reinterpretados num projeto filosófico unitário se poderá falar, a este propósito, de uma efetiva intenção humanística (cfr. Mário Pacheco, em biografia). Mas, no plano filosófico, não passa de uma reflexão sobre o tema, porque os resultados terão de se encontrar na materialidade fáctica, para dele retirarmos os respetivos ensinamentos.

Outro flagelo que se encubou, escandalosamente, na essência humana foi e é a pedofilia, ao ponto de seduzir indivíduos com responsabilidades sociais, tais como: professores, altos gestores executivos, governantes e, pasme-se, até muitos dos padres católicos cometeram um dos crimes mais hediondos da Humanidade. Mas não pensem que é com contrapartidas monetárias que deles dão quitação…?!

Portanto, o futuro do Homem está nas nossas mãos, quer pela forma como atuamos sobre nós mesmos, quer pelas modificações que introduzimos na biosfera que nos influencia, a nós, e irá influenciar especialmente as gerações futuras.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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