Num volume antigo sobre pintura que consegui redescobrir no lugar do costume (vejam-se artigos anteriores), estão gravuras de qualidade aceitável, ainda que a obra esteja bastante deteriorada, inclusive sem capa. Ao longo das suas 305 páginas pude apreciar as telas, ditas mais emblemáticas, do pintor Vincent van Gogh. De todas elas destaco, a meu gosto: Comedores de Batata (1885), Natureza Morta com Absinto (1887), Dois Girassóis Cortados (1887), Auto-Retrato com Chapéu de Palha (1887), A Casa Amarela (1888), O Velho Moinho (1888), A Vinha Vermelha (1888), Girassóis (1888), Noite Estrelada (1889), Oliveiras (1889), Os Ciprestes (1889), A Ronda dos Prisioneiros (1890), Amendoeiras (1890) e Trigal com Corvos (1890).
Vincent van Gogh (1853-1890) foi um marcante pintor holandês, dizem, um dos maiores representantes da pintura pós-impressionista. Nasceu em Zundert, uma pequena aldeia holandesa, no dia 30 de março de 1853. Era uma criança rebelde e insociável. Em 1869 ingressou num internato provinciano.
A partir dos 16 anos, trabalhou em empresas que comerciavam obras e livros. Este trabalho acontece em Bruxelas, Londres, Paris, onde em abril de 1876, após uma contenda com clientes, é demitido.
As relações familiares tornam-se graves, e Van Gogh fica depressivo e sofre continuadas crises nervosas.
Em janeiro de 1886, Van Gogh viaja para Antuérpia, onde inicia estudos na Academia local. Essa é a época mais social do pintor. Familiariza-se com os impressionistas, Monet, Renoir e Pissarro. Mais tarde, fica amigo de Gauguin.
A influência dos artistas impressionistas, fundamentalmente, levou Van Gogh a desenvolver um estilo próprio. Em dois anos, pintou 200 quadros, entre eles, o Autorretrato (1887).
Em 1888, encontra-se com a saúde precária e vai para o campo pintar ao ar livre. À época, pinta as suas obras mais importantes, foram mais de 100 quadros, entre eles: Vista de Arles com Lírios (1888), Girassóis (1888), onde uma única tonalidade é valorizada através das modulações de luz.
Durante algum tempo, Vincent van Gogh, viveu em companhia de Gauguin, mas os dois artistas coabitavam com brigas permanentes, discussões e agressões, inclusivamente com navalhas. Pesaroso, corta um pedaço da sua orelha e manda-a num envelope a Gauguin. Depois de refeito no hospital, pinta o Auto-retrato com a Orelha Cortada (1888).
Em maio de 1889 vai para o Hospital de Saint-Rémy-de-Provance e transforma o seu quarto num ateliê. Produz mais de duzentos quadros e centenas de desenhos, entre eles, A Noite Estrelada (1889).
Há pessoas e órgãos de comunicação social que fazem elogios ao pintor. No entanto, em exposições, o artista só vendeu um quadro, A Vinha Vermelha (1888), o único que teria sido transacionado durante a vida do pintor.
Van Gogh morreu quase no anonimato, depois de uma vida supliciada que o levou ao isolamento e finalmente ao suicídio. No dia 27 de julho, sai para um campo de trigo com um revolver na mão e no meio das espigas dá um tiro no peito. Foi socorrido, mas não resistiu.
A fama só foi visível após a sua morte. Vincent van Gogh morreu em Auvers, França, em 29 de julho de 1890. No dia do seu desaparecimento, no sótão da Galeria Goupil, em Paris, 700 quadros amontoavam-se sem comprador.
A crueldade e a incultura dos homens está ali!…
[Todas as biografias tiveram o apoio de Dilva Frazão].