As 50 maiores empresas do concelho de Penacova registaram um volume de negócios superior a 121,45 milhões de euros em 2020, o que representa um crescimento de 3,02 milhões comparativamente a 2019. Apesar das dificuldades provocadas pela pandemia da covid-19, o concelho continua a registar um crescimento em termos económicos, segundo os dados da Informa, um desenvolvimento que se traduz também na criação de mais emprego, com estas empresas a empregarem 1.061 pessoas no ano passado, mais 83 do que em 2019.
A Águas das Caldas de Penacova, S.A (localizada em Ponte, Penacova), continua a liderar esta tabela com um volume de negócios de mais de 20,1 milhões de euros, registando contudo uma quebra de cerca de 1,73 milhões, o que representa uma quebra percentual de 7,9 por cento comparativamente ao ano de 2019. Conta com 80 empregados, mais um do que no ano anterior.
Em segundo lugar continua a JTSL – Soluções Técnicas Manutenção Metalomecânica, S.A. (localizada em Alagoa, Figueira do Lorvão), com um volume de negócios de mais de 12,68 milhões, registando também uma ligeira diminuição em 2020, de cerca de 0,79 milhões. Registou também uma quebra em termos de funcionários, empregando 161 pessoas em 2020, menos 41 que em 2019.
A primeira mexida na tabela surge na terceira posição, que passa a ser ocupada pela Simetriaxial – Metalomecânica, Lda (localizada em Midões, Sazes de Lorvão), que sobe duas posições, registando um volume de negócios superior a 7,17 milhões de euros, o que representa um crescimento de 9,7 por cento. A nível de emprego, conta com 131 empregados, menos cinco do que no ano anterior.
Na quarta posição encontra-se a Supertábua – Supermercados, Lda (localizada em Bairro, Penacova) com uma faturação de mais de 6,44 milhões, registando uma ligeira quebra, na ordem dos 5,8 por cento. A nível de emprego mantém-se estável, tendo passado de 37 para 38 empregados.
Na quinta posição está a Veiga Lopes SA (localizada em Aveleira), com um volume de negócios de 6,32 milhões e 47 empregados.
Segue-se a Fozvias, Unipessoal, Lda na sexta posição (localizada em Espinheira), com 6,31 milhões; na sétima a Macop – Materiais de Construção, S.A. (localizada em Penacova) com 5,29 milhões; na oitava a Placolas – Comércio de Pladur e Gesso, Lda (localizada em Espinheira), com 3,7 milhões; na nona os Transportes Rodoviários de Mercadorias de Aguieira, S.A. (localizada em S. Pedro de Alva) com 3,47 milhões; e na décima a Cortitrans – Sociedade de Madeiras e Transportes, Lda (localizada em Cortiça) com 3,27 milhões.
A nível do emprego, continuam a manter-se neste ranking duas empresas que empregam mais de uma centena de pessoas, nomeadamente a JTSL com 161 postos de trabalho e a Simetriaxial com 131. No top cinco a nível de emprego estão ainda a Águas das Caldas de Penacova com 80 postos de trabalho, os Transportes Rodoviários de Mercadorias de Aguieira com 55 e a Veiga Lopes com 47.
A nível de setores de atividade, os mais representados são a construção e o comércio grossista, ambos com 11 empresas. Seguem-se os setores dos transportes com 10 empresas, do retalho com oito, indústria com cinco, agricultura e outros recursos naturais com duas e, ainda, os setores do alojamento e restauração, energia e ambiente e serviços gerais, com apenas uma empresa cada.
Ampliação das áreas empresariais é uma das prioridades do novo Executivo
O novo presidente da Câmara de Penacova, Álvaro Coimbra, que tomou posse recentemente, congratula-se com o crescimento registado a nível empresarial no concelho mas sublinha que o Município tem muito por onde crescer, apontando mesmo a “ampliação das zonas industriais como uma das grandes prioridades” para este primeiro mandato.
“Um território como Penacova precisa de um tecido empresarial mais forte”, realça, destacando as condições estratégicas que o concelho apresenta, como os fáceis acessos e as boas vias de comunicação, sendo servido por duas vias rápidas muito importantes – o IP3 e o IC6. Álvaro Coimbra defende como prioritária a ampliação do parque industrial da Alagoa, uma vez que “existe muita procura de empresas que ali se querem instalar e que não o podem fazer porque se encontra lotado”. No seu entender, “precisa urgentemente de ser ampliado”, porque se trata de um “parque apetecível”, fruto da sua “ótima localização geográfica, estando apenas a 20 minutos de Coimbra e a menos de meia hora da principal autoestrada do país”.
O autarca considera que a aposta no desenvolvimento deste parque representa um “abrir de portas para a criação de riqueza e de um tecido empresarial mais forte”, sem esquecer a mais valia que significa a nível da criação de emprego, no seu entender outro dos problemas que urge resolver no concelho. “Grande parte da nossa população ativa trabalha fora de Penacova, nos municípios vizinhos. Isso acontece precisamente porque o nosso tecido empresarial não tem disponibilidade de postos de trabalho. Há muita procura de emprego e a população ativa tem que ir buscar esta resposta fora do concelho”, lamenta.
Álvaro Coimbra recorda, também, que os dados dos últimos censos “não são nada animadores para um Município como Penacova, que perdeu 14 por cento da população em 10 anos”. Considera mesmo que são “dramáticos” e defende que “é preciso contrariar, com toda a força, essa tendência, começando pela criação de emprego”, fundamental para fixar as pessoas e para o desenvolvimento do concelho no seu todo.
Combater este despovoamento e envelhecimento do território será, por isso, outra das apostas deste novo Executivo. “Nesta altura temos um parque habitacional com muitas casas devolutas e em ruína, tanto em Penacova como em S. Pedro de Alva e em Lorvão, mas também nas aldeias em volta. A nossa ideia passa por, gradualmente, começar a recuperar essas habitações, quer por iniciativa do Município, quer por iniciativa privada”, explica. Lembra que “Penacova é um território apetecível pela sua localização e paisagem natural” e considera que, tendo também em conta “os preços exorbitantes” praticados a nível da habitação noutros pontos da região Centro, “a reabilitação de imóveis pode ser um bom caminho”, que o Executivo quer “abraçar o mais breve possível”.