A classificação da Universidade de Coimbra como património da Humanidade pela UNESCO foi um dos acontecimentos que marcou os últimos anos, trazendo muitos benefícios para a cidade, nomeadamente a nível do turismo. De 2010 até ao ano passado, a cidade assistiu também à abertura de novos espaços culturais, como a Casa das Artes, a Casa da Escrita e o Convento São Francisco. A nível desportivo, foi simultaneamente um período de vitórias e de derrotas para a Académica – com a conquista da Taça, a participação europeia e, no ano passado, a descida à segunda divisão. No basquetebol, o Olivais Futebol Clube está de parabéns, pois conquistou a sua terceira Supertaça e disputou, nas últimas épocas, várias finais. Este foi também um período de lutas em defesa do Metro da Lousã, não havendo ainda qualquer solução à vista.
O ano de 2010 é um ano de celebração para várias instituições da cidade de Coimbra. Enquanto o Portugal dos Pequenitos comemora 70 anos, o Sport Club Conimbricense e o Edifício Chiado celebram o seu centenário e o Sindicato dos Bancários do Centro e a Casa dos Pobres de Coimbra (a escassos meses de inaugurar a nova casa, em S. Martinho do Bispo) festejam as suas Bodas de Diamante.
O Olivais Futebol Clube comemora também as suas Bodas de Diamante, num ano em que conquista um importante troféu, já que a equipa sénior feminina arrecadou, num jogo de grandes emoções, a sua terceira Supertaça.
Os municípios de Vila Nova de Poiares e Lousã têm, também, motivos para festejar, já que foram dois dos grandes vencedores dos Prémios Europeus de Iniciativa Empresarial.
Por Coimbra, destaque para a CIC – Feira Comercial e Industrial, que junta cerca de 150 expositores na Praça da Canção, mas cujo sucesso fica aquém do esperado, levando o presidente da Câmara, Carlos Encarnação, a preconizar, meses depois, a sua suspensão.
A vinda dos U2 a Coimbra, em outubro, para dois grandes concertos, deixam a cidade ao rubro. A passagem desta banda emblemática extravasa o Estádio, criando uma onda de euforia e de alegria que vai muito para além dos concertos.
A nível social, a cidade depara-se com problemas que são comuns às restantes urbes do país, como a questão da solidão nos idosos e a pobreza. A pensar na terceira idade, a Associação Académica de Coimbra e o Centro João Paulo II lançam um projeto inovador, designado “Lado a Lado”, que aproxima os jovens universitários dos idosos. Em troca de alojamento gratuito, vários estudantes disponibilizam-se para dar acompanhamento e apoio nas tarefas diárias, criando laços afetivos que poderão ser muito benéficos para ambos.
Para alertar para a pobreza, mais de 30 instituições unem-se numa marcha pela cidade que procura sensibilizar a sociedade para a urgência de tomar medidas que conduzam à diminuição da pobreza no mundo.
Também a Associação Integrar está atenta a esta problemática, mais a nível local, e, nesse sentido promove um desfile solidário pelas ruas da Baixa, onde recolhe bens alimentares e agasalhos para distribuir pela população sem abrigo. No ano seguinte, em 2011, vai mais longe e, para além de lançar a campanha “Vamos Aquecer Coimbra”, inaugura a Cozinha Solidária, equipamento que surge numa altura em que os números dão conta do aumento da população sem abrigo na cidade.
A inauguração da Casa das Artes (projeto cultural da Fundação Bissaya Barreto) e da Casa da Escrita de Coimbra (na habitação onde viveu o poeta João José Cochofel) são notícia, bem como a abertura, em Penela, do Centro de Estudos de História Local e Regional.
Ainda em Coimbra, destaque para o Café Santa Cruz, uma das cinco empresas nomeadas, a nível nacional, para a categoria “Lojas com História” dos Prémios Mercúrio.
Para celebrar o fim de ano, a Junta de Freguesia de Santa Clara promove uma Feira de Inverno no Choupalinho e convida a cidade a despedir-se de 2010 naquele certame.
Este é um ano também marcante para “O Despertar” que a 12 de fevereiro passou a quinzenário, fruto das dificuldades da economia. Retoma, contudo, a sua periodicidade habitual decorridos poucos meses, mais precisamente em setembro.
Metro ainda sem entrar nos carris
O Metro Mondego não sai da ordem do dia e, logo no início de 2011, novas expectativas surgem. Os autarcas reúnem com o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e aguardam pelo retomar do projeto. A luta continua, num ano, em que Coimbra celebra 100 anos de elétricos e vai continuar nos anos seguintes, com a população a manifestar-se, das mais diversas formas.
No mesmo ano, abre, no Jardim da Sereia, a Casa do Chá (projeto da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental), a Casa dos Pobres de Coimbra, o Banco da Maternidade e da Criança (projeto da Associação de Defesa e Apoio da Vida), o Recordatório da Rainha Santa (da responsabilidade da Junta de Santa Clara) e a Biblioteca Anexa de Souselas. Em Penacova o destaque vai também para a cultura, com a inauguração da nova Biblioteca Municipal e do Centro Cultural; e em Poiares abre o Centro Educativo.
Boas notícias para a região: o turismo cresce no Centro do país, como o confirmam dados do Instituto Nacional de Estatística.
É no ano de 2012 que a Universidade de Coimbra (UC) oficializa a sua candidatura a Património da Humanidade, sendo classificada pela UNESCO no ano seguinte, deixando a cidade em festa. Na mesma altura, um novo projeto nasce no Lordemão, com o arranque da construção de um Lar de Idosos, da Fundação Beatriz Santos; em Ceira avança a construção da nova sede da Junta de Freguesia e do Centro de Saúde; em Eiras abre o Espaço Social, para dar resposta aos mais desfavorecidos; e Coimbra debate a necessária reabilitação do centro histórico.
No desporto, enquanto o Olivais FC cria um escalão de Baby, para crianças até aos seis anos, a Académica vive tempos gloriosos com a conquista da Taça de Portugal, frente ao Sporting, assegurando assim a sua presença na Europa. A equipa foi ainda distinguida com a Medalha de Ouro da cidade, proposta pelo presidente João Paulo Barbosa de Melo. Acaba, no entanto, por viver um mau momento mais tarde, na época de 2015/2016, com a descida à segunda divisão.
Comércio no centro histórico levanta preocupações
No ano de 2013 a Biblioteca Geral da UC está em destaque, ao celebrar cinco séculos de história. Neste ano, manifestam-se também grandes preocupações com o centro histórico e com o estado do comércio na Baixa, onde há 115 lojas fechadas. Motivo de preocupação é também o aumento das pessoas sem abrigo na cidade, com os números a apontarem para cerca de 300, bem como as pessoas que estão sós, sendo intenção da Câmara sinalizar todos os idosos que vivem em situação de isolamento.
O Café Santa Cruz comemora 90 anos (os mesmos que festeja também o Clube de Futebol Santa Clara) e, para celebrar esta longa vida, revive os “loucos anos 20” e congratula-se também por estar, mais uma vez, entre as melhores empresas com história do país. No ano seguinte, vai lançar a Rota dos Cafés com História, que envolve 23 estabelecimentos do país e, em 2015, integra também a lista das cinco pastelarias finalistas do concurso nacional “A Minha Pastelaria Compal”.
Nesse ano de 2014, a Câmara constrói 34 casas no Bairro de Celas; abre o Lar de Idosos em Pé de Cão; e anuncia-se a reparação do Pavilhão do Olivais FC e a requalificação do Terreiro da Erva.
Na saúde, a cidade orgulha-se da atividade da Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC), que registou em 2013 quase duas mil cirurgias.
O ano de 2015 começa com boas notícias – o turismo continua a crescer na cidade e na região. Na área social, a Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais inaugura o Centro Social Partilha e Saber Dr. Fausto Correia, numa homenagem ao antigo diretor de “O Despertar”; a Casa dos Pobres abre o Gabinete de Apoio ao Idoso; e o Centro Cavalo Azul comemora o primeiro aniversário das novas instalações, em Marco dos Pereiros.
Já em 2016, destaca-se a abertura de dois novos espaços comerciais em Coimbra – Continente Bom Dia (Baixa) e Bricomarché (Taveiro) – que vêm criar perto de uma centena de novos postos de trabalho.
É também neste ano que abre o Convento São Francisco – Coimbra Cultura e Congressos Património Municipal, equipamento cultural há tanto tempo aguardado na cidade.
Este é também um ano de grande festa a nível religioso, uma vez que se celebram os 500 anos da beatificação de D. Isabel de Aragão. Para além das cerimónias habituais, outras celebrações surgem, sendo de destacar a realização de uma terceira procissão, que conduziu a Rainha Santa Isabel até à Sé Nova, o que já não acontecia há 80 anos.
O município de Penacova avança com novas obras. Constrói passadiços no rio Mondego, num projeto piloto que valoriza as zonas de desporto de natureza e lazer e reforça a aposta no turismo; e anuncia a construção de um canil/gatil municipal.
Via Central e Ponte Pedonal em Coimbra
Ainda por Coimbra, a Fundação ADFP (Associação de Desenvolvimento e Formação Profissional), de Miranda do Corvo, anuncia um projeto pioneiro com vista a acabar com os sem abrigo na cidade.
A solidariedade toca a todos e exemplo disso é a iniciativa dinamizada pela Matobra, no âmbito dos seus 50 anos. A empresa convidou uma centena de entidades a pintarem cadeiras, que foram leiloadas, revertendo a receita da venda para apoiar o Lar Girassol.
Foi também no ano passado que a Câmara de Coimbra anunciou que a Via Central é mesmo para avançar, de forma a aumentar a mobilidade no centro da cidade e, ao mesmo tempo, requalificar uma zona que se encontra bastante degradada.
É também a autarquia que anuncia a construção de uma nova ponte pedonal e ciclável sobre o rio Mondego, travessia que vai ser construída a montante da Ponte Açude, numa zona com grande procura por parte de peões e ciclistas.
Na saúde, Coimbra continua a estar em destaque pelos melhores motivos. Emanuel Furtado confirma-se como o grande cirurgião do país, ao realizar no CHUC uma intervenção cirúrgica de elevado risco e complexidade.
Neste encerrar de ciclo, há nomes que nós – equipa de “O Despertar” – não podemos deixar de recordar. Foi nestes últimos anos que vimos partir alguns dos nossos muito queridos colaboradores, como José Soares, Mário Nunes, José Andrade e Eduardo Mamede, a quem evocamos, por ocasião deste centenário, com afeto e saudade.