O Vacinómetro, projeto pioneiro em Portugal, que “permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção Geral de Saúde”, está a celebrar uma década.
De forma a assinalar a data e no âmbito da Semana Europeia da Vacinação, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), responsáveis pelo projeto, com o apoio da Sanofi, realizaram, na segunda feira, a sessão “10 anos de Vacinómetro: lições aprendidas e projeções para o futuro”. De acordo com Filipe Froes e Cátia Caneiras, da SPP, este evento pretendeu “avaliar os resultados de uma década de monitorização da vacinação antigripal em Portugal e, principalmente, antecipando a Semana Europeia da Vacinação, sensibilizar para a necessidade de continuar com este percurso que, no geral, tem sido bastante satisfatório”.
De acordo com os dados finais da época de vacinação contra a gripe dos anos 2018 e 2019, divulgados no mês de março, foram vacinados contra a gripe sazonal 65,9 por cento dos indivíduos com 65 anos ou mais, 55,8 por cento dos indivíduos portadores de doença crónica e 37,3 por cento dos portugueses com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos. Em todos os grupos a taxa de vacinação aumentou excetuando nos profissionais de saúde com contacto direto com os doentes, que se situou nos 52 por cento (-3,2 por cento do que no ano anterior). Para os representantes da SPP, os profissionais de saúde são essenciais na vacinação, visto que “por um lado, enquanto prestadores de cuidados de saúde estão bastante expostos aos agentes infecciosos podendo, eles mesmo, promover a transmissão de infeções e, por outro lado, são decisivos para que a população em geral e as pessoas com doença crónica se vacinem”.
“A hesitação na vacinação – a relutância ou a recusa em vacinar, apesar da disponibilidade de vacinas – ameaça reverter o progresso feito no combate a doenças evitáveis e é uma das 10 principais ameaças à Saúde Global em 2019, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A vacinação é uma das formas mais eficazes de se evitar doenças – atualmente, previnem-se dois a três milhões de mortes por ano, e outros 1,5 milhões poderiam ser evitados se a cobertura global de vacinação melhorasse”, revelam, destacando que “é fundamental clarificar mitos e crenças associados à vacinação.