Assegurar a qualidade de vida da população e trabalhar diariamente para ir ao encontro das suas necessidades é a grande prioridade da União de Freguesias (UF) de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades. O presidente, Jorge Veloso, congratula-se por ver a freguesia a crescer em termos de construção e habitantes e assegura que a Junta está atenta às necessidades de todos, procurando garantir respostas em todas as áreas, da infância à terceira idade.
S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades “é uma união de freguesias com vida, dinâmica e onde é bom viver”. O presidente da UF, Jorge Veloso, considera que esta qualidade de vida é fruto de um trabalho cuidado que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos anos, que se centra em todas as áreas e em todas as faixas etárias, mas também da localização estratégica que oferece, estando a “dois, três minutos da cidade”.
“A população está bem servida em termos de transportes, beneficia da tranquilidade da aldeia mas está às portas da cidade e tudo isso cria condições ótimas para se viver em S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades”, explica o autarca.
São todas essas caraterísticas que impulsionam também a própria construção. Numa altura em que a economia dá sinais de melhorias, esta UF vê a habitação a crescer, de forma a atrair mais e novos moradores. De acordo com Jorge Veloso, “há projetos para executar mais de 100 fogos só este ano na UF, não tendo sido sequer preciso construir para vender, já que foi tudo vendido ainda em planta”.
Portanto, a “construção está a crescer” em S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades e a UF orgulha-se deste “crescimento forte em termos de habitação”. O autarca espera que “estes novos moradores que virão para estas localidades possam fazer crescer a freguesia e, de alguma maneira, ajudar a minimizar os efeitos da mortalidade” registada nos últimos anos, tendo 2019 sido “bastante atípico em termos de falecimentos”, com cerca de 150 funerais realizados, quando a média habitual rondava os 130.
Estes números testemunham também uma realidade que é comum à sociedade portuguesa – a população está cada vez mais envelhecida. Esta UF não foge à regra e tem também muitos residentes idosos, sobretudo nas zonas mais rurais. Jorge Veloso espera, por isso, que as novas construções atraiam casais novos e novas famílias, sendo certo que, neste momento, “a taxa de natalidade é muito baixa e está longe de acompanhar o ritmo dos falecimentos”.
Crescimento exige melhores respostas
Com a UF a crescer, urge criar mais e melhores respostas. Apesar de bem dotada em todas as áreas, da infância aos seniores, há sempre muito a fazer para melhorar a qualidade de vida e a segurança das pessoas.
Jorge Veloso espera que esta tendência de crescimento se mantenha nos próximos anos e que proporcione “um desenvolvimento de mais qualidade”, diferente do que sucedeu nos anos 80 e 90 do século passado, em que a construção cresceu de forma desordenada, com os prédios a nascerem sem que fossem acauteladas as infraestruturas necessárias. “Sabemos todos que aquele não foi um bom crescimento. S. Martinho do Bispo ainda se ressente um pouco disso, tendo ruas onde não cruzam carros e onde não há passeios”, explica.
Atualmente os projetos são mais planeados e contemplam, conjuntamente, as necessárias infraestruturas, salvaguardando assim as necessidades dos cidadãos no dia a dia e proporcionando-lhes uma habitação com mais qualidade de vida e a garantia de segurança.
A própria Junta está muito atenta a essa realidade e trabalha diariamente para ter uma freguesia organizada, segura e onde as pessoas sejam felizes.
Para além dos trabalhos que tem em curso diariamente, como limpeza, arranjo de passeios e de vias, tem investido também na construção de equipamentos que vão ao encontro dos anseios da população. Na área da infância, já construiu, desde 2015, dois parques infantis e vai construir mais um este ano, no Espírito Santo das Touregas, uma zona que, segundo o autarca, “está muito carenciada a esse nível” e onde vai ser também construído um parque geriátrico, que responda a todas as faixas etárias, sobretudo às pessoas que dão as suas caminhadas e gostam de fazer algum exercício físico. Neste momento, existem já dois parques destes na UF, um nos Alqueves e outro na zona do Chafariz, mas a ideia é reforçar esta resposta em toda a freguesia.
É também necessário um policiamento de proximidade mais eficaz e permanente no espaço territorial da União de Freguesias, permitindo assim maior segurança de pessoas e bens.
Largo do Chafariz com nova vida
O Largo do Chafariz é uma das zonas onde a Junta tem investido. Jorge Veloso considera como “prioritárias todas as obras contratualizadas com a Câmara Municipal”, no âmbito dos Contratos Interadministrativos de Delegação de Competências assinados com as juntas e uniões de freguesia do concelho, e lamenta que as obras do ano passado estejam “ainda todas por executar”, esperando que essas possam ser realizadas até ao final do primeiro semestre deste ano, de forma a que os projetos de 2020 possam ser depois realizados nos restantes seis meses.
Nessa lista de projetos por concretizar encontram-se, entre outros trabalhos, pavimentações, construção de passeios, intervenções nas duas sedes de freguesia, melhoramentos no cemitério e requalificação da Fonte e Parque de Merendas dos Castanheiros (Ribeira de Frades). No fundo, como sublinha, “tudo obras viradas para a qualidade de vida da população”.
Em curso e prestes a estar concluída está a obra do Largo do Chafariz, em S. Martinho. Jorge Veloso adianta que deverá estar pronta até ao final do mês, tratando-se de “uma obra muito importante, que vai permitir a reunião das coletividades”, que aí poderão realizar as mais diversas atividades, como atuações musicais e exposições. “Esperamos que seja um espaço digno, para a convivência, porque o que lá estava anteriormente era só um ervado para passear os cães e deixar lá ficar os dejetos”, realça.
Naquela área foi já construído um parque infantil e um parque geriátrico. Esta requalificação vem agora completar a oferta, ao criar “uma área ampla, dedicada ao lazer e ao convívio de todos, com muita animação”.
Jorge Veloso lembra que a UF conta com um associativismo forte e espera que as várias coletividades façam deste um espaço também seu, onde promovam a cultura, a música e as tradições. “Para nós não basta apenas apostar no cimento ou betão, é preciso olhar para a cultura e para a identidade do nosso povo e da nossa freguesia, que tem um valor muito forte e que queremos manter”, assegura.
Tem também em fase final a instalação do Espaço do Cidadão que, tal como o nome indica, estará ao serviço de todos os cidadãos.
Ainda para este mandato, está, em colaboração com a Câmara Municipal de Coimbra, a iniciar o projeto da ambicionada Biblioteca Anexa Municipal, a ser instalada junto à Igreja Matriz de S. Martinho do Bispo.
Respostas sociais fortes mas ainda aquém da procura
A UF de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades é também “muito forte” em termos de respostas sociais. Contudo, como explica o presidente, “continua aquém da procura que temos no mercado”, estando “todos os lares e centros de dia sem vagas”.
Essa carência verifica-se não só nas respostas à terceira idade mas também na infância, sendo difícil encontrar vagas nas instituições que apoiam as famílias nesta área.
Com uma população que ronda os 18 mil habitantes, segundo os últimos censos – sendo necessário juntar a este número os cerca de 5.250 estudantes que frequentam os vários estabelecimentos de ensino superior aí situados –, a freguesia continua a apostar numa relação de grande proximidade com a população. Jorge Veloso, que assumiu a presidência da Junta de Freguesia de Ribeira de Frades durante cerca 20 anos e lidera agora a UF de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades (que resultou da reorganização administrativa do território ocorrida em 2013), conhece bem a realidade destas localidades, bem como as pessoas que aí habitam. O agora também presidente da ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias, cargo que assumiu há cerca de um mês, explica que “a relação com as pessoas é muito boa e que todos os contactos são bem recebidos”, procurando a Junta resolver todas as situações que lhe são denunciadas. No caso de não serem da sua competência e dependerem de outras entidades, os serviços fazem os necessários encaminhamentos.
Pobreza continua a ser preocupante
Apesar da anunciada retoma da economia, há ainda muitos casos de pobreza. De acordo com Jorge Veloso, há muitas pessoas que procuram a Comissão Social de Freguesia, sobretudo através das instituições, havendo “muitos casos que precisam de ajuda urgente, tanto a nível de alimentação, como para pagamento de rendas, medicamentos, água e luz”. A UF procura resolver sempre essas “situações de emergência”, num trabalho articulado com as várias instituições que integram a Comissão Social de Freguesia.
O presidente agradece a dedicação de todos os que integram esta Comissão e que têm “trabalhado de forma muito eficaz” para assegurar ajuda a quem dela realmente necessita. Adianta também que, nesta fase, aguarda pela verba do Fundo de Emergência Social, que vai permitir “colmatar mais algumas falhas que estão sinalizadas nesta área”.
Curiosamente, ao contrário do que muitas vezes se pensa, é nos meios rurais que há mais situações de pobreza. Apesar das pessoas se entreajudarem, sobretudo as famílias, essa realidade é visível tanto em S. Martinho como em Ribeira de Frades e “a ajuda é, muitas vezes, insuficiente”.
Os pedidos de apoio surgem de várias formas. Nalguns casos são os próprios que se dirigem à Junta, noutros são as pessoas próximas que denunciam. Há, também, alguma “pobreza envergonhada”, preferindo as pessoas deslocar-se a Coimbra, à Segurança Social ou à própria Câmara. “Preferem não vir à Junta ou às instituições locais. O facto de irem para Coimbra acaba por atrasar todo o processo de ajuda mas temos que compreender que são situações complicadas e que cada pessoa lida com o problema à sua maneira”, explica o autarca.
No total, a UF apoia cerca de 200 pessoas ao longo do ano, em alimentos e outras ajudas pontuais.
Recursos humanos são poucos para as necessidades
Jorge Veloso sublinha que a prioridade passa sempre por garantir a qualidade de vida da população. Há, contudo, muitas dificuldades a ultrapassar no dia a dia. Uma delas prende-se, como realça, com a “falta de recursos humanos”. Com cerca de 20 funcionários no quadro, oito deles legalizados no ano passado, quer requalificar este ano mais alguns que ainda se encontram “com vínculo precário”, uma vez que defende que, apesar de complicar “as contas” da Junta, “todos os funcionários merecem ter segurança para as suas famílias e para as suas vidas”.
Neste momento, a despesa com os salários do pessoal ronda os 20 mil euros por mês o que, tendo em conta que a UF recebe apenas 42 mil do Fundo de Financiamento das Freguesias a cada três meses, representa “uma grande preocupação para o executivo”.
“Continuamos a não ter meios financeiros que nos permita ter mais recursos humanos. Daí o nosso grande combate para a efetivação da transferência de competências dos municípios para as freguesias. Porque aí sim, iremos ter uma maior autonomia, que nos permitirá gerir a freguesia como apresentámos no programa eleitoral. Temos várias situações onde gostaríamos de atuar mais mas não o conseguimos fazer porque efetivamente as receitas não chegam para as despesas que temos”, lamenta, explicando que, ao contrário do que seria desejável, o orçamento desta UF “faz-se sempre primeiro pelas receitas que tem e depois pelas despesas, porque é impossível funcionar ao contrário”.
Espera que, no futuro, essa realidade se inverta e, apesar das dificuldades, assegura que as “pessoas continuarão a ser sempre a grande prioridade da UF”.