São cento e dois anos de existência, uma data grande e bela, com o desejo de ir sempre mais além, quando em 1917 um punhado de idealistas, ferrenhos por Coimbra pensou e executou o que lhes ia no espírito, ou seja fundar um jornal republicano essencialmente defensor da sua terra, da cidade da ciência e da cultura e dos estratos populares alargados aos concelhos da cidade universitária.
De conteúdo singelo foi logo aceite pela população e colaboradores, que através do tempo surgiram e nas suas páginas fizeram escola como Octaviano de Sá, Sílvio Pélico, Ernesto Donato, Falcão Machado, Mário Temido, estes com o selo da universidade a par de jornalistas brilhantes como Amâncio Frias, Adolfo Freitas, Nicolau da Fonseca, João Batista, Cid Oliveira, Mário Campos e tantos que se distinguiram noutras áreas, letras, artes, numa vida vivida com a esperança numa urbe prometida como foi o desejo acrisolado dos homens de barba rija que no longínquo ano de 1917 criaram o mais antigo jornal da cidade com as mais belas ideias numa sede imensa do infinito.
E os 102 anos de existência de “O Despertar” em 2 de março de 2019 são o reconhecimento da verdadeira humildade e veneração do público, leitores de todos os estratos, é um periódico transversal a toda a sociedade.
Leitores fiéis. O dr. Almeida Santos, figura de enorme prestígio académico e político, dizia “O Despertar traz-me Coimbra no coração”!
Podia, se tivesse saúde, lembrar nomes ilustres que tem “O Despertar” como jornal da casa. De toda a família!
E é um jornal novo porque qualquer defesa do meio é, também, a forma de conter elementos e concessões do passado.
Houve uma sadia irreverência quem o considerasse o sol brilhante de Coimbra…