Por Manuel Rebanda
A minha ligação à Casa dos Pobres tem sido feita através de outras duas instituições da Cidade, uma delas, infelizmente, já desaparecida.
Refiro-me, por um lado, ao Clube de Empresários de Coimbra – a instituição infelizmente já desaparecida – e ao Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Foi, na verdade, enquanto membro fundador e dirigente do Clube de Empresários de Coimbra que tive o primeiro contacto com a Casa dos Pobres, ainda nas suas primitivas instalações, no Pátio da Inquisição.
Aí me desloquei com a Direção do Clube de Empresários de Coimbra, presidida pelo saudoso Manuel Madeira para uma visita com o objetivo de chamar a atenção dos empresários da nossa Cidade para a necessidade de apoiar financeiramente uma obra que tem como missão proporcionar aos idosos mais carenciados uma velhice com dignidade.
Depois foi a mudança para instalações provisórias na Praça do Comércio, enquanto se dava início à construção de instalações próprias em São Martinho do Bispo.
Foi a época de um grande esforço financeiro para angariar o dinheiro necessário para levar por diante essa obra que hoje é motivo de orgulho para todos quantos têm servido a instituição.
Mas seja-me permitido destacar o saudoso Aníbal Duarte de Almeida, que durante vários anos presidiu aos destinos da casa e foi o seu rosto visível.
Nunca lhe faltou ânimo para levar por diante essa hercúlea tarefa.
Mas soube fazê-lo com elevação, não dando sequer a ideia de que estava a pedinchar: os convites a vários grupos para os almoços com o célebre cozido à portuguesa da Casa dos Pobres serviam para ir angariando os fundos necessários para a conclusão da obra.
E por pouco que se desse, ia-se chamando a atenção para uma instituição querida da Cidade que era necessário continuar a apoiar.
Foi nesse tempo do tudo por tudo que voltei à Casa dos Pobres com outra grande instituição da nossa Cidade: o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.
Quase não cabíamos todos na sala acanhada da Praça do Comércio.
Mas levámos com a nossa música o calor do nosso apoio àqueles que ali estavam.
Finalmente, em 2011, pudemos já cantar nas novas instalações, num gesto que repetiremos sempre com grande carinho, seja por ocasião do Natal, seja em qualquer outra época do ano, agradecendo a oportunidade que nos dão de levar àqueles que ali passam o outono da vida, o nosso “Coro da Primavera”.