6 de Outubro de 2024 | Coimbra
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ANTÓNIO INÁCIO NOGUEIRA

Testemunhos: «Ufe», acabou!

11 de Outubro 2019

Hoje, dia 5 de outubro, é o tal dia a que chamam de reflexão!

Até que enfim que deixei de ouvir debates, quase todos sem interesse… Para todos os gostos: a seis, a dezasseis, a quatro, a dois, na rádio, na televisão, na internet, por todo o lado, uma perseguição permanente. Neles tudo se diz e promete ao povo, o discurso é o designado de «cassete».

Os comentadores, são cada vez mais, enxameiam rádio e televisão, fazendo um ruído insuportável.

E o resto… tudo barulhento, para ativar a mente dos indecisos, não é preciso dizer-lhes nada, o que é necessário é atroada.

Olhem as arruadas, as visitas às feiras e aos mercados, com muitos beijinhos semeados. E sempre os bombos, os almoços e jantares, onde não há silêncios para degustar a sempre presente carne assada. Música em altos berros, políticos nas tribunas, gritando, bradando e insultando os inimigos. Mais ao lado, pimbas, pimbas, pimbas e mais pinha, onde os candidatos «arremedam» que dançam, para não frustrar os apoiantes.

Sabem que também houve arraiais? – manifestação ancestral e, forçosamente, ruidosa, mas que atestaram ser um paraíso confrontados com as arruadas!

Os candidatos a Primeiros-ministros, hoje, querem maioria absoluta; amanhã, como as sondagens começam a ser pífias, só já pretendem ganhar. Num dia, outros, querem alianças; no dia seguinte já não as desejam. Mas todos têm na boca a frase batida, – os portugueses é que decidem, – mas devem decidir a meu favor, senão fico de mãos a abanar!

Todos enchem a boca com a defesa do ambiente, a ecologia, a sustentabilidade do planeta, (alguns nem sabem do que estão a falar, mas está na moda) para, logo de seguida, tudo desprezarem com o ruído ensurdecedor por onde passam as caravanas, os milhares de panfletos distribuídos (que logo a seguir são deitados no chão), os chapéus, os bonés e as canetas de plástico feitas!

Mas… há uma parte menos visível da campanha que também é espalhafatosa, a que invade as redes sociais e que se alimenta de insultos, mentiras e sei lá mais o quê. No entanto, nem tudo foi mau nesta campanha, longe disso. Os meus destaques centram-se na poesia ridícula e inacabada do Centeno, o soco do Costa, a agressividade do Rio sobre o caso de Tancos, as acusações do Ministério Público e a história do papagaio falante.

E a nós, pobres mortais, a nós quem nos paga a consulta da surdez, moucos que ficamos com esta exposição excessiva ao ruído? Não nos bastavam os debates sobre futebol o ano inteiro? Era preciso isto?

Meus caros amigos, venha o silêncio. Eu bem preciso dele.


  • Diretora: Lina Maria Vinhal

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