No Centro Comercial Alma, nesta simbólica e velha cidade, encontra-se em exibição o filme «EO».
Um dos seus participantes principais é o burro. Este actor, assim lhe vou chamar, é um dos animais que me foi mais querido na infância. Os meus avós sempre possuíram um burro. E como me era grato dar-lhe de comer, fazer-lhe festas e passear no seu dorso! É, pois, uma felicidade falar deste animal, aquele por mim mais estimado na idade mais tenra.
Mas deixemos estas memórias e voltemos ao filme…
«EO» [o filme do burro], representou um dos trabalhos mais fortes da competição de Cannes. Foi aí premiado e nomeado para um Óscar. É da autoria do prestigiado Skolimowski.
«EO» segue um burro e as pessoas. Algumas são humanas, boas, amigas dos animais, mas poucas. Más, desumanas, «são quase todas as outras que o animal vai encontrando pelo caminho desde que veio ao mundo». Afirmar-se-ia, que este astuto e bom «burrico», se transforma numa silenciosa testemunha dos pecados do ser humano no mundo.
O protagonista homem, Jersy, desbravata todos os caminhos. O animal vai passando de dono em dono. Com uns, torna-se estrela de circo; com outros, consome as suas energias a acarretar pesados carregamentos no lombo; alguns, obrigam-no a divertir crianças ou a servir de palhaço para glaudio de claques de futebol, fanáticos como são todos os constituintes daquelas que por aí abundam.
É um filme, vigoroso, fortíssimo. Existe uma tensão de brutalidade nos planos e o som é imenso e intenso.
Pobre burro, o que fizeram de ti!
Com que saudade recordo um dos teus irmãos de outrora.
Aproveito este texto de memórias carregado, para dar os parabéns sentidos ao Jornal O Despertar; ele constitui-se como um dos baluartes da minha vida, nesta Coimbra onde nasci
Sou seu colaborador vibrante. É pena que não saiba escrever, apenas «escrevinhar ». Faço-o com o ânimo forjado na perspectiva de lhe dar oportunidade de continuar a sua caminhada. Nos meus bons e maus momentos estou sempre presente. Ele merece.
Apesar dos pedregulhos que encontra, por vezes, na sua esteira de transmitir saber e informação, continua firme.
Obrigado, O Despertar, és um dos meus companheiros mais íntimos!
Um nicho onde paira a minha vontade de viver.
Olá… O Despertar continua a tua senda, com êxito. Vou tentar estar presente.