Estamos todos fartos de ouvir falar na localização do novo aeroporto, dito de Lisboa.
Há anos que comissões de estudos formados por insignes técnicos, oriundos dos mais diversos meios académicos ou de empresas reputadas, fazem pesquisas que intitulam de alta relevância técnica e científica.
De entre alguns outros, lembro-me de localizações como Entroncamento, Montijo, Alcochete, Monte Real, Santarém, Beja… eu sei lá!…
Todos têm os seus adeptos, sendo os mais ferrenhos os autarcas locais. Cada um luta pelo posicionamento que lhe seja mais favorável, deixando para o povo do país o pagamento da choruda conta.
E como os interesses são múltiplos, inclusive os de algumas multinacionais, eis-nos bailando por entre as múltiplas e possíveis situações.
Se assim continuarmos, com esta indecisão, incompetência e burocracia asfixiante, a próxima geração observará espantada aviões estacionados à sua porta. Visão virtual? A Portela, sem espaço, rebentará pelas costuras e os estilhaços virão repousar nas ruas da cidade capital. Somos realmente um país (ou um povo?) “que não se governa nem se deixa governar”. Quem teria proferido esta frase? Porventura os romanos. No entanto, por mera coincidência, teriam também dado relevo à palavra Calendas.
Vejamos então: O Imperador Júlio César morreu nos «Idos» de Março, designação dada ao calendário romano, ao dia 15 desse mês. Os romanos não contavam os dias do mês de forma sequencial, como fazemos actualmente. Cada mês tinha três dias de referência: as «Nonas», que correspondiam aos dias 5 ou 7, consoante os meses; os «Idos», a 13 ou 15; e as calendas que eram o primeiro dia do mês seguinte. Os restantes dias do mês eram identificados simplesmente contando o tempo que faltava até ao dia de referência seguinte. Por exemplo, para Março, o dia 6 era véspera de «Nonas», 12 era o terceiro dia antes dos «idos», etc. Os «Idos» de Março, desse ano, ficaram célebres pelo assassinato de Júlio César, em pleno senado, às mãos de um grupo de conspiradores.
As Calendas ficavam mais longe no calendário romano, tal qual o novo aeroporto, presumo.