Existe uma grande empresária angolana que em cerca de duas décadas conseguiu pôr de pé um enorme império e, concomitantemente, angariar uma enorme fortuna. Em vários países, e no seu também, é proprietária ou grande acionista de várias empresas ligadas ao grande retalho, à comercialização de diamantes, aos petróleos, às telecomunicações, à indústria pesada, à atividade bancária, – e sei lá mais em quê.
Portugal não fugiu ao seu poder e agilidade. Atente-se na sua participação em empresas como a SOREFAME, NOS, GALP, BIP, por exemplo.
No seio de um país em que a pobreza impera e as guerras, ao longo dos últimos tempos, desbarataram o sobrante, emergiu uma deusa dos negócios.
O seu pai, o tal «Homem Grande», exerceu o cargo de presidente de Angola durante um período longo. Foi, por coincidência, na sua vigência que o império da filha foi emergindo. Intervenção ou auxílio do pai? Como posso eu, desconhecido e simples mortal, passar além da interrogativa.
Chegado o tempo, foi eleito um novo supremo magistrado da Nação. A partir desse instante, a família do antecessor, inclusive a da empresária em apreço, nunca mais teve sossego.
Hoje um, amanhã outro, são todos condenados na praça pública por estarem ligados a atos graves de corrupção que lesaram o Estado em muitos milhões de euros. Os Tribunais angolanos também não ficaram quietos e acionaram processos nos quais alguns já são arguidos, a outros fizeram o confisco dos bens.
A mulher de sucesso caiu do pedestal, veremos se houve muitos ferimentos para si, e, por arresto, para muitos milhares dos seus trabalhadores.
A filha do «Homem Grande» afirma que está completamente inocente, tudo não passando de um ajuste de contas, – estamos, na sua opinião, perante um ato político de devastação da imagem e vida de quem tanto fez por Angola.
Eu não sei, mas, diz-se por aí, que o pai da grande empresária, lhe facilitou a vida e a obtenção da fortuna.
E muito mais…
Os tribunais ditarão a sentença. Para já, Isabel dos Santos está inocente até tramitação final dos atos.
E o «Homem Grande», – como chama o povo angolano a todos os homens que têm poder –, José Eduardo dos Santos, também. Aguardo o desenlace, com expectativa. E se as provas ditarem culpados, que sejam punidos, severamente, como exemplo.
O fim da corrupção em Angola, assim o exige.