É com mágoa que o digo.
O Clube que tantas alegrias deu à cidade de Coimbra e aos seus estudantes, está moribundo e, os seus habitantes, já pouco se reveem nele; o Clube, centenário, com uma história difícil de igualar por quase todos os outros clubes portugueses, está à beira de cair no abismo e descer a uma divisão de clubes onde dará o último suspiro e sucumbirá; o Clube que participou nas grandes causas dos movimentos estudantis em 1962 e 1969, está postergado, quase irreversivelmente, por estes e pela sua Associação representativa; o Clube que ofereceu a Coimbra duas Taças de Portugal, foi trocado por clubes de Lisboa e do Porto; o Club do futebol bonito, geométrico que era um regalo para quem o via, é hoje um colecionador de derrotas, por quem já nenhum adversário tem respeito.
Sou sócio deste secular clube há muitos anos e acompanho ESTA DERROCADA QUASE FINAL, com um desgosto intenso. E, muitas vezes, dou por mim a perguntar-me: porquê tudo isto?
Por má gestão?
Por que os dirigentes não sentem o Clube nas suas entranhas?
Por escolha de treinadores inadequados e com um espírito não ganhador, completamente fora da realidade da instituição?
Jogadores selecionados sem critério e de qualidade duvidosa?
Por que as instalações de treino não têm qualidade e estão em estado de degradação?
Não há dinheiro que suporte um orçamento compatível com a dignidade do Clube?
Não existe em Coimbra indústria ou outros mecenas que possam contribuir com apoios?
A Autarquia está à margem e não colabora?
Tenho medo que seja disto tudo um pouco…
E assim sendo, só a audácia e o investimento criativo de quem comanda poderá salvar a situação.
Não têm, apenas a rotina impera?
Para grandes males, grandes remédios: os sócios que se alteiem e demitam-nos!
Crie-se um grupo de pessoas, um grupo de salvação do Clube. Já.
Amanhã será tarde, acreditem!