Caríssimos leitores, tendo por inspiração o editorial publicado na última edição do nosso “O Despertar”, em que o apelo é a que mantenhamos a tranquilidade e reaprendamos a valorizar o lado bom da Vida que nos é dado viver, surgiu a ideia de começar por aqui a partilhar umas palavras que destaquem as pequenas “coisas” que diariamente se nos oferecem como fonte de vitamina A, de Alegria, e em que muitas vezes (demasiadas?!) nem sequer reparamos.
Estendo este desafio-convite aos nossos caríssimos leitores: ao final do dia escrever num papel (pode ser um caderninho, em modo diário de bordo) três coisas boas que aconteceram nesse dia. Do simples sabor de um café a um sorriso de um desconhecido, do som dos pássaros às cores outonais, de uma gargalhada que um filme provocou a uma sopa com um sabor delicioso,… há pelo menos três “coisas” que, sem darmos conta, tornaram o nosso dia mais bonito. No final da semana iremos certamente ficar surpreendidos com as 1001 “coisas” que estão à espera de nos inundar de vitamina A, de Alegria.
Já agora: reparou nas árvores podadas? na musicalidade dos passos sobre as folhas? nos jovens e menos jovens que caminham ou pedalam pelas ruas? nos sorrisos que encontramos do outro lado do espelho? no cheirinho a pão acabado de sair do forno ou do café acabado de tirar? na música que se liberta de uma janela ou varanda e nos leva a querer (e não ousar!) dançar em plena rua?
Um desafio que será sempre um registo e avaliação pessoais, um caminho em que não há certo ou errado, cada um de nós tem as suas “coisas” com o valor inquestionável da singularidade de uma Vida. No entanto, se quiserem partilhar connosco, agradecemos antecipadamente e partilharemos por aqui, como sugestão para “olhar e ver”, mantendo anónima a partilha. Um exemplo prático: uma conversa inesperada ou a coincidência de encontrar alguém que não víamos há muito tempo pode ser (é certamente!) a fonte de vitamina A que destacamos na nossa semana “atribulada”. Aceita o desafio?
Como alguém já disse, vivemos numa Cidade e Região de dimensão humana, multicultural, há que reencontrar novas formas de sociabilizar, de regressarmos ao espaço público e partilharmos conversas, olhos nos olhos, de treinarmos o pensamento crítico, trocando opiniões, olhos nos olhos, … de sermos construtores do território que habitamos.
O tempo que nos é dado viver é este! Não está congelado para ressurgir em qualquer altura num futuro que não chega nunca (é sempre hoje!), pelo que viver da melhor maneira, com bom senso e responsabilidade, é cuidar de nós e do outro (que somos nós do outro lado do espelho!), é estar aqui para o bom e o menos bom, é não nos isolarmos nem isolarmos o outro, é criar pontes de dimensão Humana, adaptáveis a cada situação em concreto. Muros e paredes para proteger a Vida? Quem fica do lado de dentro? Quem fica do lado de fora?
É importante (re)lembrar: um abraço salva vidas! há quem precise de companhia para além das tecnológicas, precise da presença real,… fica aqui um forte Bem-Haja ao comércio de bairro e de proximidade.
Entretanto, caríssimo leitor, aceite outro desafio: registar, para memória futura, as histórias e experiências vividas; quem sabe na próxima primavera nos reunimos à volta de uma mesa “O Despertar” a celebrar as “coisas” que alimentam a nossa fonte de Vitamina A, de Alegria.
Até já e… tertuliemos “coisas” boas!