“É tão bom estar aqui!”, a simplicidade de uma frase que nos abre sorrisos e nos relembra que depende de todo e cada um de nós tornar a nossa vida mais saborosa.
A primavera chega e partilha connosco um colorido e aromático cenário que nos leva a redescobrir a sonoridade dos nossos jardins e nos convida a viver o espaço público. E assim partimos em modo descoberta, seguindo caminhos da região que nos levam do fumeiro aos queijos, do azeite ao arroz, dos biscoitos ao leite-creme… mas também às danças e cantares ou mesmo aos novos usos com que a cestaria, a tecelagem, a olaria,… se assumem hoje com um design e funcionalidade contemporâneos e nos permitem viver e partilhar experiências singulares em modo turismo cultural.
Em março somos convidados a assinalar e celebrar o Dia Mundial do Teatro (um segredo tertuliar: o Teatrão junta a celebração do 25.º aniversário ao Dia Mundial do Teatro, convidando-nos a assistir ao ensaio da nova peça e a participar de uma Festa que se estende pela noite), mas também o Dia Mundial do Circo (e que tal irmos até Foz de Arouce visitar o Momo – Museu do Circo?).
A Mesa que nos juntou a Sophia e Torga e nos brindou com petiscos “de comer e chorar por mais” (pica-pau, azeitonas curtidas, peixinhos da horta, broa, arroz de míscaros,…), deu-nos a conhecer vivências estudantis de quem subiu ao palco com o TEUC e descobriu que “até tinha voz para as cantorias”. Numa noite que se aproximou do nascer do dia e como resultado de desafio/provocação de um condiscípulo (palavra que de algum modo caiu em desuso mas que nos relembra a riqueza imensa da nossa língua!) que tinha por aposta um mergulho musical no Mondego, este nosso então estudante encontrou solução engenhosa para evitar o banho: cantou um dos poemas que tem o nosso Basófias por mote. Alguém lembrou de imediato a corrida que em gaiato o levou a descobrir “cantos e recantos” dos laranjais e que hoje lhe abre um sorriso em cada passeio que dá no Parque Verde.
Alguém lembrou conselho sábio: olhemos de vez em quando pelo retrovisor, mas sempre conscientes do lugar onde estamos e do caminho que percorremos, de coração aberto e confiantes, tendo por meta viver em pleno o sentido da frase com que iniciamos: é tão bom estar aqui!
Relembrando que está em preparação o processo de candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura em 2027 e todos estamos convocados/convidados a apresentar sugestões, deixamos como proposta: assistir ao VII Ciclo de Requiem que agora inicia, um convite a viver a musicalidade de espaços patrimoniais que nos contam histórias e a descobrir a sonoridade de silêncios partilhados.
Quanto ao nosso Índice Gustativo… uma nova entrada: sopa serrana e tigelada.
Relembramos ainda anteriores desafios: partilhar algum petisco e/ou memória, escrever um postal e/ou um parágrafo (fixar memória é partilhar uma biblioteca, é cultura cidadã).