Há uns dias comentei, com uma amiga, que tinha que escrever um texto para um jornal de Coimbra que fazia 100 anos. Além de um abrir de olhos com o mais puro espanto, a pergunta que se seguiu foi: “100 anos? Um jornal de província? Como é que isso é possível?”.
É.
E é incrível, sim, como é que um jornal resiste, neste tempo, e completa 100 anos. É incrível como são tantos e tantos os jornais que começam e fecham, e reabrem e fecham, e acabam, e “O Despertar” chega aos 100 anos. É incrível, sim, mas se calhar é óbvio.
É que “O Despertar” é um jornal feito de e com carinho, é um jornal de emoções, é um jornal de famílias e de gerações. E não estejam já a desenhar sorrisos condescendentes porque há uma coisa que “O Despertar” não é: “O Despertar” não é um jornal feito com carolice.
Nas suas páginas escreveram, e escrevem, muitos dos que mais amam Coimbra. Sempre com profissionalismo. Sempre com brio. Sempre com a responsabilidade de quem tem a enorme responsabilidade de manter viva uma tradição secular. E não é fácil, garanto-vos.
Quando o Lino Vinhal comprou “O Despertar”, muitos acharam que tinha sido um erro, ou que o jornal não iria durar muito tempo. Eu sei porque é que ele o comprou. E, por isso, sei que ao dobrar o centenário, “O Despertar” está aqui para ficar.
Sempre com emoção. Sempre com Coimbra.
PAULA ALEXANDRA ALMEIDA