16 de Julho de 2025 | Coimbra
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Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra há 58 anos a colecionar

24 de Fevereiro 2023

A Filatelia é um mundo. É o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais relacionados, tendo diversas áreas de estudo. A Filatelia tradicional, história postal, marcofilia, inteiros postais, blocos, entre tantas outras vertentes. Assim o diga a Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra (AAC). Surgiu a 23 de fevereiro de 1965, que completou ontem (23) 58 anos de histórias e partilhas na arte de colecionar.

Para comemorar mais um aniversário, 58 anos no total, vai ser realizada este sábado (25) pela Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra (AAC) uma visita à Feira das Velharias de Coimbra, na Via Central, seguindo-se um almoço convívio no restaurante “Cantinho dos Reis”, no Terreiro da Erva. A tarde será brindada com uma Tertúlia Filatélica, com trocas e conversas, na sede da secção, no edifício da AAC. Além disso, serão eleitos o selo, bloco e carimbo comemorativos mais bonitos de 2022 pelos sócios presentes, sendo a novidade a eleição do mais belo Inteiro Postal também de 2022. O dia vai culminar com o soprar das 58 velas.

“É um momento de os sócios conviverem, sendo que marcam presença alguns que fizeram parte da fundação da secção, na altura estudantes universitários, e que vão também colaborando connosco”, disse ao “Despertar” o presidente da secção, José Cura.

Com cerca de 200 sócios, oriundos de norte a sul do país, ilhas e além fronteiras, como Moçambique, Espanha e França, o também colecionador, que abraçou a secção há mais de 25 anos, na altura em que ainda era estudante universitário, partilhou que muitos dos estudantes que passaram por Coimbra “conheceram a secção, participaram nas nossas atividades e foram se tornando sócios e até diretores”. “Hoje em dia, continuam ligados à secção e primamos por manter esse contacto”, vincou.

Atualmente, com 58 anos de existência, a maior dificuldade da Secção Filatélica da AAC, referiu José Cura, “é captar jovens e estudantes”. “Creio que está relacionado com a evolução do tempo, pois, por exemplo, hoje em dia já não se utilizam selos nas cartas e, como tal, o interesse das pessoas por este mundo não é o mesmo que existia há 20/30 anos, em que em todas as casas existiam cartas com selos e havia alguém que os juntava e tentava perceber a sua origem e significado”, crê o presidente.

No entanto, admite sentir-se satisfeito, pois verifica que existe interesse por parte dos estudantes em explorar a parte científica da Filatelia. “Tivemos, por exemplo, o estudo do papel dos selos a nível da química. É interessante ver esta temática a ser explorada nesta vertente e não tanto pelo colecionismo em si”, acrescentou.

A Secção Filatélica da AAC continua a ter grandes colecionadores e de diversos tipos. Seja de competição nacional e internacional, como o Professor Carlos Oliveira, possuidor de uma coleção sobre o Cancro premiada, bem como o lançamento de obras, com edição da Secção, sobre esta temática da oncologia também alvo de prémios de renome. Depois há outros filatelistas que levam o colecionismo como um hobby.

Ao longo de mais de meio século de existência, o objetivo continua a ser unir e apoiar os colecionadores, proporcionar momentos de partilha, além de divulgar e promover a atividade filatélica. “Na nossa sede temos também uma biblioteca filatélica com alguma dimensão e que contempla muitos livros e revistas, estando disponível para os nossos sócios, tendo também sido útil para investigações da universidade”, explanou José Cura.

A Secção Filatélica da AAC também contém muitas coleções de selos, como a de Portugal, em que colecionam selos desde 1965, “aquando do nascimento da secção”. “Ultimamente temos interesse nos selos relacionados com Coimbra e com a Região, bem como outros materiais de colecionismo sobre esta temática”, destacou.

Uma secção ativa

Da sua atividade, que a torna atualmente um dos mais importantes núcleos filatélicos da região Centro, destaca-se a criação, em 1977, do “Clube de Colecionadores de Carimbos Comemorativos”, ainda hoje o único do género no país dedicado a esta área da filatelia. Os carimbos emitidos pelos CTT, sob proposta da secção, têm também levado o nome da cidade, da secção, da Academia e da Universidade a vários cantos do mundo.

Além disso, é conhecida em todo o país pela edição da revista “Cábula Filatélica”, também distinguida internacionalmente, e que continua a ser publicada nos dias de hoje. É ainda a única secção filatélica na Europa que pertence a uma Associação de Estudantes e uma voz viva da filatelia no panorama nacional.

A Secção Filatélica da AAC abre a sua sede aos sócios uma a duas vezes por semana, “para que se juntem e troquem selos e conversas”, mantendo também o serviço de apoio de contas de selos internacionais.  Ao longo dos anos, também já editaram algumas obras sobre filatelia e colaboraram na edição de alguns livros.

Também é recorrente a participação em vários eventos não filatélicos, “mas que não deixam de envolver a filatelia”. “Tem havido várias iniciativas que têm um carimbo comemorativo e é aí que entra a nossa colaboração, como os 50 anos da Crise Académica ou os 100 anos da Tomada da Bastilha”, exemplificou o presidente.

Para breve, revelou José Cura, “temos o lançamento de mais uma obra filatélica, em princípio em formato eletrónico, dedicada aos carimbos comemorativos estrangeiros sobre ‘Portugal no Mundo’”. “Vamos ainda colaborar nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril”, anunciou.

A Filatelia é história. É aprendizagem

A Filatelia vai muito além da arte de colecionar. É também história. É também uma forma de aprender. Um selo conta em tamanho pequeno histórias de países, personalidades, entre tantas outras temáticas. “Quando investigo um selo que não conheço vou à procura da sua origem e do seu significado e acabo por descobrir e adquirir novos conhecimentos e histórias, pois é também uma forma de aprendizagem”, disse José Cura, que entrou na secção há mais de 25 anos e nunca mais de lá saiu.

Mas não são apenas os colecionadores a apreciar este mundo. Também as pessoas gostam de ver as coleções e recordar bons momentos ao contemplar os selos. “Algumas reconhecem selos da altura em que eram crianças, por exemplo. As pessoas conseguem identificar logo o que está retratado. A filatelia também é isso, divulgar a cultura e interagir com a comunidade”, afirmou José Cura ao reforçar que a Secção Filatélica da AAC se encontra “aberta a novos sócios apaixonados pelo mundo da filatelia”.

A Secção Filatélica da AAC

A Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra é uma das secções culturais mais antigas da AAC. Foi criada a 23 de Fevereiro de 1965, por um grupo de estudantes universitários filatelistas, isto é, colecionadores de selos e todas as suas afinidades – provas, carimbos, flâmulas, postais máximos, franquias mecânicas, entre outros. Até aos dias de hoje, tem organizado diversas exposições e mostras filatélicas, em prol da filatelia, da cultura e da AAC. A secção conquistou na vida cultural da AAC e da cidade de Coimbra “um lugar de prestígio irreversível”. Desde sempre que teve um papel importante na Academia, em Coimbra e em todo o país, como atesta a realização, aos quatro anos de vida, da VII Exposição Filatélica Nacional “AEmipex 69”, bem como muitas jornadas filatélicas ao longo dos mais de cinquenta anos de existência.


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