Santo António dos Olivais continua a manter vivas as suas tradições. Um exemplo disso é a secular Romaria do Espírito Santo, evento que abriu no sábado e vai continuar a animar o Largo Padre Estrela Ferraz até 10 de junho.
Durante cerca de um mês, o “coração” do Olivais volta a encher-se de festa, celebrando a tradição e promovendo o convívio e a diversão, num largo que é uma das imagens de marca desta Freguesia e que tem sido palco das mais variadas realizações, desde os tempos antigos, ainda em terra batida, até à atualidade.
O presidente da Junta de Freguesia, Francisco Andrade, considera que é determinante que se mantenham vivas todas estas vivências que fazem parte da memória do povo, dando-as a conhecer também às novas gerações. É por isso que a Romaria mantém um programa intenso e abrangente, com atrações para todas as idades, desde os carrosséis e outras animações infantis, aos tradicionais brinquedos, sem esquecer outros produtos emblemáticos desta feira, como a louça de barro preto, os utensílios para o lar, as plantas e muitos outros produtos típicos que, todos os anos, convidam a visitar este largo.
Durante cerca de um mês, a Romaria assume-se também como um espaço privilegiado de convívio, onde familiares e amigos podem saborear alguns dos sabores típicos desta época e deste evento, como a sardinha assada e as famosas farturas. As atrações são, portanto, muitas e estendem-se por todo o largo, não faltando também a animação musical que, como recorda Francisco Andrade, está “na génese” da Romaria, bem conhecida também pelos bailaricos de antigamente, que tantos romeiros traziam aos Olivais.
O presidente recorda “com muita saudade” a época em que, ainda um jovem, chegou a Coimbra e lhe disseram que tinha que “vir à Romaria roubar um pretinho para ter sorte”, assumindo que cumpriu a tradição.
Essa é apenas uma das tradições associadas à Romaria, a par de muitas outras que, dentro das possibilidades, o executivo procura manter vivas, sendo um exemplo disso o próprio Cortejo do Imperador, organizado em parceria com a União de Freguesias de Eiras e S. Paulo de Frades e que conduz um grupo de romeiros de Eiras até aos Olivais, numa recriação histórica que este ano está marcada para 16 de junho. Francisco Andrade recorda que era habitual “os romeiros virem aos Olivais, comerem no Largo, desfrutarem das atrações e bailarem junto ao coreto”. Hoje já não se acampa no Largo mas as atrações mantém-se, num programa que decorre todos os dias mas que surge mais recheado aos fins de semana, com a atuação de diversos grupos musicais. Hoje à noite, a partir das 21h00, sobe ao palco Ruizinho de Penacova e amanhã, às 17h00, atua o Grupo Etnográfico da Casa do Pessoal dos Hospitais da Universidade de Coimbra e, às 18h00, o Grupo Folclórico e Etnográfico de Baião.