O período de maior propensão para a gripe começou esta semana e com ele aumenta também o risco de pneumonia. A Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) alerta para esta realidade e sublinha que mais do que tratar a pneumologia importa evitá-la, sendo a vacinação antipneumocócica a melhor forma de o fazer.
Embora se registem casos da doença ao longo de todo o ano, é nesta época que ocorre o maior número de episódios. De acordo com os dados divulgados pela FPP, “a interação entre o vírus da gripe e o pneumococo aumenta o risco de pneumonia pneumocócica em quase 100 vezes” e a vacinação continua a ser a melhor forma de prevenir esta doença que, “todos os dias, mata 23 pessoas no nosso país”.
“Só por si, a gripe intensifica o risco de pneumonia”, explica José Alves, presidente da FPP, sublinhando que “a prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença”.
Os sintomas da gripe podem ser semelhantes aos da pneumonia e a maioria da população tem dificuldade em distingui-los podendo, por isso, subvalorizar situações potencialmente graves.
“O conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos e sobretudo a sua prevenção, com a vacinação contra a gripe e a vacinação anti-pneumocócica poderão fazer toda a diferença”, explica Rui Costa, coordenador do GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF.
Os quadros de pneumonia e gripe uma vez confundidos, podem atrasar a procura de ajuda médica. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da pneumonia, que podem surgir como complicação de uma gripe. “Devemos estar particularmente atentos a quadros de gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada”, alerta a FPP.
Perante esta realidade, importa apostar na prevenção. A vacinação pode ser feita em qualquer altura do ano e, no caso dos adultos, basta uma dose única. Pessoas com mais de 65 anos, ou todos os adultos que apresentem co-morbilidades crónicas como diabetes, asma, doença respiratória crónica, doença cardíaca, portadores de VIH e doentes renais, estão mais vulneráveis e, por isso, têm particular indicação para a imunização.
A pneumonia é responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.
Em Portugal, os custos em tratamentos e internamentos são uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.