O Rio Ceira vai receber uma dotação de 2,6 milhões de euros para proceder à gestão da respetiva bacia hidrográfica e combater as alterações climáticas. Assinado anteontem, em Coimbra, o contrato do projeto “Gestão da Bacia Hidrográfica do Rio Ceira face às Alterações Climáticas” assenta numa abordagem ambiental e visa consciencializar as populações locais para a mitigação e adaptação das suas atividades às alterações climáticas neste território.
Apoiado pelo EEA Grants 2014-2021, mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu, o projeto terá a duração de 36 meses, sendo coordenado pela Região Hidrográfica do Centro da Agência Portuguesa do Ambiente, que tem como parceiros a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, os municípios de Arganil, Góis, Lousã e Pampilhosa da Serra e a Direção Norueguesa para a Proteção Civil.
Na cerimónia de assinatura do contrato, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, salientou que vão ser utilizadas apenas soluções naturais neste projeto, continuando o Rio Ceira livre de obstáculos como até agora.
“Vamos ter mesmo um Rio Ceira sem um grama de betão, apenas com métodos e materiais naturais, nos quais vamos poder ter muito mais vida no ecossistema natural e muito mais vida também na relação desse ecossistema com as margens, porque este é um rio que as populações sempre usaram e viveram, e, por isso, a componente social e sociológica desta intervenção é da maior importância”, assegurou o governante, explicando ainda que vão ser recuperados todos os ecossistemas ribeirinhos, numa intervenção que contempla “dezenas de quilómetros” de quatro municípios – Pampilhosa da Serra, Arganil, Góis e Lousã.
Com incidência nas componentes hidrológica, cultural e nos ecossistemas, este projeto pretende melhorar a resiliência e a capacidade de resposta às alterações climáticas.