As festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré vão decorrer, mais uma vez, apenas de forma simbólica. O presidente da União de Freguesias (UF) de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, Jorge Veloso, explica que, tal como sucedeu já no ano passado, devido à pandemia, está previsto um programa “muito simples e simbólico”, que incluirá, se tudo correr como previsto, no dia 15 de agosto, a tradicional viagem do “círio” da Igreja de Santa Cruz em direção a Ribeira de Frades durante a manhã e uma missa campal à tarde.
Esta viagem não decorrerá, contudo, nos moldes tradicionais, sendo feita de carro, sem acompanhamento e sem paragens, embora mantenha o mesmo percurso. “Serão celebrações simbólicas, para manter viva a tradição”, disse o autarca.
A pandemia condiciona, assim, mais uma vez estas celebrações que tanta importância e tradição têm nesta freguesia, tendo como ponto alto o dia 15 de agosto mas estendendo-se habitualmente por vários dias.
Recorde-se que, como dá conta a UF no seu site, a tradição das festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré em Ribeira de Frades nasce da visita anual dos frades Crúzios às suas terras e terá mais de 600 anos. Naquela altura, a maior parte dos terrenos da localidade – e ainda de Taveiro e do Ameal – pertenciam ao Mosteiro de Santa Cruz. Os frades Crúzios vinham junto dos rendeiros no verão para se abastecerem de legumes, cereais e outros víveres que os mantivessem durante o resto do ano, bem como recolher algumas rendas. O povo de bom grado o fazia, recebendo em troca celebrações, ensinamentos religiosos e espirituais. Terão sido estas visitas dos frades àquelas terras da margem esquerda a gerar a tradição do cortejo entre a Igreja de Santa Cruz – de onde saíam os frades e onde está, durante todo o ano, o Círio de Nossa Senhora da Nazaré – e Ribeira de Frades. Uma tradição que o povo mantém viva e que continua a ter grande simbolismo.