Coimbra prepara-se para sentir, pela primeira vez, a magia e adrenalina do Rally de Portugal. É precisamente na Porta Férrea da Universidade que se vão concentrar, na quinta feira (30 de maio), ao final da tarde, os 80 carros que integram a prova. Carros e pilotos vão apresentar-se em pleno “coração” do património da Humanidade da UNESCO, de onde partirão, no dia seguinte, para mais três dias de pura emoção e espetacularidade.
Dezoito anos depois, o Rally regressa ao Centro do país, onde é aguardado com muita expectativa. Coimbra estreia-se nesta prova que, até 2 de junho, volta a percorrer a região e que, de acordo com a organização, deve atrair mais de um milhão de espetadores aos locais por onde vai passar.
A prova começa na quinta feira, às 8h00, com o “shakedown”, em Paredes. A cerimónia da partida está marcada para as 18h00, na Porta Férrea, em Coimbra, esperando-se que mobilize a cidade e atraia muitos aficionados do desporto automóvel, já que terão oportunidade de apreciar, ao vivo, os carros e contactar com os 160 pilotos.
É precisamente da Porta Férrea que, no dia seguinte, vão arrancar, às 8h30, os 80 carros, seguindo, nesse dia, para os concelhos da Lousã, Góis, Arganil e Lousada. A prova continua, no dia 1, em Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante, seguindo no dia 2 para Montim, Fafe e Luílhas. A cerimónia do pódio está marcada para Matosinhos.
A 53.ª edição do Rally de Portugal, que integra o Campeonato Mundial de Rally, conta com a participação de 160 pilotos e um percurso de 1.463,55 quilómetros, dos quais 311,59 cronometrados ao longo de 20 especais de classificação.
Promovido pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), com o apoio das câmaras envolvidas e do Turismo Centro de Portugal (TCP), o Rally é uma prova com grande impacto mediático e com uma afluência de público muito significativa. Recorde-se que durante a apresentação do evento, que decorreu na Câmara de Coimbra no final de janeiro, foi apresentado um estudo, realizado pela Universidade do Algarve, sobre o impacto da prova e que dava especial destaque ao cerca de um milhão de espetadores presentes, à forte participação de turistas estrangeiros (mais de 50 por cento), bem como à presença de adeptos de todo o país e de toda a Espanha. A nível económico, o estudo apontava para um retorno financeiro superior a 138 milhões de euros, valores referentes ao ano passado.
Na ocasião, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, disse que é “uma honra receber na cidade, pela primeira vez, a cerimónia oficial de partida da prova mais importante do panorama desportivo automóvel”. Considera que esta é a prova com “maior impacto na economia portuguesa”, que contribuirá para a promoção da cidade e de cada um dos municípios por onde passa diretamente mas que irá dinamizar, também, as zonas circunvizinhas.
Os presidentes das câmaras de Arganil, Góis e Lousã, respetivamente Luís Paulo Costa, Lurdes Castanheira e Luís Antunes, sublinharam também a importância que este evento tem para cada um dos municípios que representam, bem como para a região no seu todo, manifestando o desejo de que possa regressar novamente à região já em 2020 e nos anos seguintes.
Também Pedro Machado, presidente do TCP, manifestou o mesmo desejo, adiantando que espera ter no Centro de Portugal “o melhor Rally do mundo”, não apenas nestes quatro dias que se aproximam mas “por vários anos”.
Em nome do ACP, Mário Martins da Silva, agradeceu a “todos aqueles que tornaram possível este sonho” de trazer novamente o Rally para esta região.
Espetáculo histórico em Arganil,
exposição na Lousã
O regresso do Rally ao Centro de Portugal está a ser assinalado na Lousã com uma exposição e vai ser celebrado em Arganil com um grande de vídeo mapping.
Na Lousã, a Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, encontra-se, até 1 de junho, a exposição “Memórias do Rally”, que reúne dezenas de fotografias, da autoria de Renato Ferreira, que demonstram a dinâmica criada pela passagem do Rally nos espaços da vila e também nas classificativas. “O frenesim da passagem do Rally no concelho recupera memórias do que era a dinâmica criada no passado, quando os veículos e pilotos se instalavam na vila e era, no meio dos inúmeros curiosos e aficionados, que se fazia a manutenção e preparação dos carros para as classificativas que decorriam no concelho e na região”, recorda a autarquia, chamando também a atenção dos visitantes para a instalação “Isto é Rally na Lousã”, uma viatura totalmente forrada a madeira com um aspeto marcante que se inspira também neste grande evento.
Em Arganil vai realizar-se, na quinta feira, às 22h00, na fachada da antiga Cerâmica Arganilense, um espetáculo “histórico, imersivo e interativo”, que vai conduzir os espetadores numa viagem pelo mundo do Rally de Portugal, desde os anos 60 até à atualidade, com os êxitos e momentos difíceis que esta prova superou ao longo de 50 anos, de forma a que todos possam sentir a magia do do Rally e a especificidade da etapa de Arganil, considerado, como realça a autarquia, a “Capital do Rally”.
Com acesso livre, este espetáculo conta com três sessões, de cerca de 12 minutos cada, intervaladas com animação no Nicola Louge. “O espetáculo Arganil – Capital do Rally é a celebração do orgulho e entusiasmo dos arganilenses em voltar a fazer parte desta festa do desporto automóvel. O Município tem feito nos últimos meses um trabalho incansável de arranjo do troço, de garantir questões de segurança e de preparação logística para receber o evento que atrai milhares de aficionados de dentro e fora do nosso país”, explica o presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, considerando que “esta é uma oportunidade de voltarmos a colocar Arganil no mapa do Rally mundial”.